Quando foi construída, a Igreja de N. S. de Fátima suscitou «bastante polémica», levando à intervenção do então cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira (1888-1977), em defesa dos arquitectos, dirigidos por Porfírio Pardal Monteiro, e dos artistas, entre os quais Almada Negreiros.
A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, do orago de Nossa Senhora do Rosário, começou a ser construída em 1934 em terrenos adquiridos a particulares, principalmente à família Canas, pela «Sociedade Progresso de Portugal» depois da transacção pela qual o Banco de Portugal adquiriu em Junho de 1933 à arquiconfraria de S. Julião o edifício desta igreja, para ampliação das suas instalações, sendo então aquela Sociedade encarregada de erigir um novo templo, que perdeu o tradicional e tão justificado orago de S. Julião.
Primeiro templo católico construído em Lisboa após a proclamação da República. Inaugurada em 1938, com projecto do arq. Porfírio Pardal Monteiro, foi-lhe atribuído o Prémio Valmor desse ano. Classificada como Imóvel de Interesse Público, traduz uma linguagem claramente moderna, e é composta por ampla nave central e duas colaterais, abside envolvida por vitrais, pequeno nartex de entrada, baptistério em corpo exterior junto à entrada e capela mortuária. Conta com peças de grandes artistas plásticos da época, destacando-se os vitrais e mosaicos atribuídos a Almada Negreiros, as esculturas de Francisco Franco e Leopoldo de Almeida, as pinturas de Lino António, entre outras.
Igreja de N. S. de Fátima, Cabeceira [1956]
Prémio Valmor de 1938
Avenida de Berna
Estúdio Mário Novais, in Lisboa de Antigamente |
O baptistério é uma pequena jóia — afirma o olisipógrafo Norberto de Araújo:
À nossa direita, prolongando-se, no exterior, fora do alinhamento regular do edifício, está o baptistério, magnífica sala, revestida de mosaicos de tipo romano de piscina (Almada Negreiros), mas impregnados de espírito religioso; o tecto solucionou-se em rotunda, e o ambiente adoça-se com vitrais verde-violeta (Almada Negreiros). A pia baptismal, ao centro, é encimada por uma estátua de S. João Baptista (Leopoldo de Almeida). Anota essa porta, boa obra de Serralharia de arte (Júlio Ferry).
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, 1939.
idem, Inventário de Lisboa: Monumentos históricos, 1950.
idem, Inventário de Lisboa: Monumentos históricos, 1950.
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ReplyDeleteactually awesome.
Obrigada por manter viva a obra de meu avô
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