Esta Adiça vale um poema popular. Deixemos, por momentos, seguir a Adiça — que morre nas portas do Sol, ao alto — e enfiemos pela Galé. Em frente está o Pátio das Canas, no alto do beco deste dístico.
O Pátio das Canas é de um bairrismo puro, mais que modesto, e que bem se marca, garridamaente, quando das festas do Santo António e do S. João. Agora, ao sol e aos gatos, parece adormecido: também o pitoresco tem as suas horas de acalmia.
Beco e Pátio das Canas |c. 1900|
Perspectiva tirada da Rua da Adiça
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente
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Queres ver uma curiosidade? Nota neste Pátio, na fachada do prédio, à esquerda, cujo ingresso é pela Calçada de S. João da Praça — a Adiça, como venho dizendo — as janelas do segundo andar: são quinhentistas, ainda com seus desenhos simples, de aresta quebrada, cujo espírito transcende da materialidade inocente de lavores.
Não notes que eu chame tua atenção para elas: é que em toda a Lisboa, de Algés ao Poço do Bispo, contam-se pelos dedos os elementos arquitectónicos deste jeito e idade.
Beco e Pátio das Canas |c. 1900| José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. X, p. 51, 1939.
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