A igreja paroquial do Santo Condestável, moderna mas com reminiscências de ogival, situa-se na encruzilhada das ruas Saraiva de Carvalho e Francisco Metrass, nos limites de Campo de Ourique, e é orientada sensivelmente a Nascente.
A Igreja do Santo Condestável, com traça em forma de cruz latina, cuja construção se concluiu em 1951 em terrenos vizinhos das ruas Saraiva de Carvalho e Francisco Metrass, inspira-se nos templos portugueses da fase final do gótico, o flamejante no seu período embrionário, expressivamente representados em Lisboa pela Igreja do Carmo e em Santarém pela da Graça. Mas à parte o fundamental e típico, a Igreja do Santo Condestável afasta-se nos pormenores mínimos dos seus modelos, de que conserva porém, e inteiramente, a espiritualidade. Todo o edifício se assinala pela simplicidade e pela alvura, onde sobressai num contraste feliz o granito de Sintra. Há um misto de nobreza e de humildade na aliança dos paramentos de simples reboco branco com as cantarias cinzentas, trabalhadas a pico fino. Templo erguido a um dos maiores de Portugal, recorreu-se para a execução da estrutura ao processo tão português da alvenaria de pedra e cal.
Igreja do Santo Condestável |1953| Ruas Saraiva de Carvalho e Francisco Metrass; ao fundo nota-se o Mercado de Campo de Ourique erguido em 1933. A Fachada, com um corpo central no qual se rasga o grande p6rtico de arco em ogiva, e duas torres simétricas.António Passaporte, in Lisboa de Antigamente |
A autoria da igreja pertence ao arq-º Vasco de Morais Palmeiro (Regaleira) que teve como colaboradores na parte ornamental os escultores Leopoldo de Almeida, Veloso da Costa e Soares Branco, e os pintores José de Almada Negreiros, Portela Júnior e Joaquim Rebocho, e na construção o eng.º Santos Fernandes e Mestre Cipriano. Os trabalhos de serralharia artística foram executados pela Serralharia Artística do Corvo.Dirigiu administrativamente a erecção do edifício uma comissão designada pelo Patriarca de Lisboa e de que fizeram parte o falecido Prior P.• Francisco Maria da Silva, o Marquês de Abrantes, o arquitecto Regaleira e Alberto Portugal da Silveira. A Comissão de Honra pertenceram, entre outros, S. A. a Infanta D. Felipa de Bragança, e o Ministro da Defesa, coronel Santos Costa.
A inauguração do templo teve lugar em 14 de Agosto de 1951, aniversário de Aljubarrota, com a presença do Chefe do Estado, do Cardeal-Patriarca. A urna, com as relíquias de Nun'Alvares, foi então trazida num ·armão de artilharia, com escolta de honra, da capela da Venerável Ordem Terceira do Carmo (0onde se guardava desde 1834) para o novo templo, em aparatoso cortejo.
Por decreto patriarcal de 21 de Maio de 1984 foi criada a freguesia eclesiástica do Santo Condestável, começando as funções paroquiais em 8 de Junho imediato. A área da nova freguesia foi constituída à custa das de Alcântara e Santa Isabel. Até 1951 serviu de igreja paroquial a capela setecentista da Senhora das Dores (mais exactamente «do Amor da Virgem Senhora Nossa das Dores»)na Rua do Patrocínio, construída com material sobejado da edificação da Basílica do Coração de Jesus (Estrela).
No Interior, assinala-se o Corpo da igreja, de três naves (a central sobrelevada) e transepto, e nele:O tecto de dois tramos, de falsa abóbada de aresta estucada de branco.As naves separadas por quatro grupos de pilares formando arcada em ogiva, a nave central ocupando toda a1tura, as laterais correndo por baixo do trifório. A iluminação das naves laterais é feita por duas frestas de cada lado, com caixilhos de chumbo e vidros de cor. A meio das naves portas laterais, cada qual com sobreporta, nicho e nele imagem de pedra.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa: Monumentos histórico, 1956.
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa: Monumentos histórico, 1956.
I appreciate your commitment to fostering meaningful conversations. Thank you!
ReplyDeleteMuito obrigado. Aprendi muito!
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