O sítio das Picôas que já surge referido nas «Memórias Paroquiais de Lisboa» de 1758, derivou do nome de uma quinta do morgado das Picoas — D. Nuno Freire de Andrade e Castro de Sousa Falcão — do qual dependia uma Ermida (já demolida) na Rua das Picoas próximo da actual Av. Praia da Vitória.
A Rua das Picoas, embora só tinha sido oficializada por deliberação camarária de 12 de Julho de 1906, era anterior à urbanização que o local sofreu no final do século XIX, como Estr. das Picoas. Diz-se
que entre os proprietários da quinta se contaram duas senhoras de
apelido Picão, a quem o povo chamou «as Picôas», e assim foi baptizado o
sítio.
Sabe-se também que em meados do século XVIII existiam casas nobres na quinta, então propriedade do negociante lisboeta António das Neves Colaço, e uma ermida com a invocação de Nossa Senhora do Carmo.
Rua das Picoas, troço da velhinha Estr. da Picôas, actual Rua Eng.º Vieira da Silva [ant. 1910] Na elevação, ao fundo da Rua das Picoas – no cruzamento com a Av. Fontes Pereira de Melo – vê-se o antigo Palácio Camarido, no leito (hoje) da Av. da Praia da Vitória, do lado do Cine-Teatro Monumental; em primeiro plano e no quarteirão entre as Ruas Fernão Lopes e Actor Taborda, a varina e o homem de calções parecem vir do Mercado 31 de Janeiro (antigo Matadouro Municipal) a caminho da actual Rua Actor Taborda, dístico de 1906. Alberto Carlos Lima, in Lisboa de Antigamente |
Em 1956, este troço da Rua das Picoas – entre a Praça José Fontana e a Avenida Fontes Pereira de Melo – passou a designar-se com Rua Engenheiro Vieira da Silva (1869-1951), reputado olisipógrafo que integrou a 1ª Comissão Municipal de Toponímia que falecera 5 anos antes, por Edital de 22 de Junho.
Rua Eng.º Vieira da Silva [1960] Perspectiva tirada da Praça José Fontana observando-se à esq. o Mercado 31 de Janeiro e, à dir., a Av. Almirante Barroso: ao fundo vê-se a fachada do Cine-Teatro Monumental sobre a Avenida Fontes Pereira de Melo. Filipe Romeiras, in Lisboa de Antigamente |
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