Desde este ponto — Rua Maestro Pedro de Freitas Branco — até à esquina da antiga Real da Fábrica das Sedas — recorda Norberto de Araújo — ergue-se um edifício urbano enorme, uniforme, com rés-do-chão, andar nobre e um segundo andar, e capela.
Foi este o palácio dos Morgados de Alagoa, edificado entre 1757 e 1762, em terras do já citado D. Rodrigo, por José Francisco da Cruz Alagoa, antepassado dos Condes de Sobral.Arrendado em parte a vários inquilinos logo poucos anos depois de construído, vivendo noutra parte a família do proprietário, foi posto à venda em 1835 por morte do Cruz Alagoa. Pertenceu depois ao Dr. José Vaz Monteiro, e de mão em mão acabou por se subdividir em duas propriedades: a principal que estamos vendo n.º 177 a 195 é desde 1918 do Visconde de Sacavém, havendo antes pertencido ao Dr. Magalhães Barros; a da esquina, n.º 167 a 175, pertence ao Dr. Carlos Chapalimaud.
Palácio Alagoas (ou Cruz-Alagoa) |1968| Rua da Escola Politécnica, 161-195, esquina com a Rua Maestro Pedro de Freitas Branco Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
Palácio Alagoas (ou Cruz-Alagoa) |1927| Rua da Escola Politécnica, 161-195, esquina com a Rua Maestro Pedro de Freitas Branco Barricada junto do Palácio Alagoa durante a Revolta de Fevereiro de 1927 vendo-se os vestígios da metralha que atingiu vários edifícios nesta zona. Ferreira Cunha, in Lisboa de Antigamente |
Mostra este casarão um certo ar solarengo português embora sem beleza; a capela, que foi invocação de Santo António, com seu janelão de coro e óculo iluminante, hoje [em 1939] profanada, tem silhares de azulejos do Rato, e possuía alguns painéis. O portal principal conduz ao pátio que foi nobre, por um corredor com seu passadiço.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 20-21, 1939.
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 20-21, 1939.
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