O General Roçadas foi governador de Angola e o último comandante do Corpo Expedicionário Português cujo nome foi atribuído a um troço do Caminho de Baixo da Penha, por Edital de 27/12/1930, criando-se assim a Avenida General Roçadas, hoje nas freguesias de São Vicente e da Penha de França.
Com a legenda «Herói das Campanhas de África 1865–1926» esta artéria homenageia José Augusto Alves Roçadas (1865–1926), militar que assentou praça em 1882, concluiu o curso da Escola do Exército em 1889 e, chegou a capitão de cavalaria aos 29 anos. De 1897 a 1900 foi enviado para Angola como chefe do estado-maior das forças portuguesas no território e, em 1902 desempenhou o mesmo cargo na Índia. Voltou a Angola em 1904 como governador de Huíla e, em 1907 vingou o massacre de Cunene o que lhe valeu ser galardoado pelo rei D. Carlos com a Torre e Espada, nomeado ajudante-de-campo do rei e, a promoção a major. Com a subida ao trono de D. Manuel II foi também promovido a tenente-coronel. Ainda em 1908 foi Governador de Macau e depois, Governador de Angola, funções de que se demitiu com a implantação da República e regressou a Portugal, comandando a partir daí várias unidades militares.
Avenida General Roçadas |195-| Troço do Caminho de Baixo da Penha Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Em Outubro de 1914 Roçadas voltou ao sul de Angola para combater os alemães, com 1 600 homens. No combate de Naulila e, apesar da superioridade numérica das forças portuguesas venceram os alemães, o que obrigou os militares portugueses a recuar para norte do Cunene e do Caculevar, o que impulsionou os povos de Humbe a revoltarem-se expulsando a ténue presença portuguesa na área e, Alves Roçadas voltou para Portugal em 1915. Em Setembro de 1918, Roçadas passa a general e torna-se o comandante da 2ª divisão do Corpo Expedicionário Português em França, o último enviado durante a I Guerra Mundial e assim, foi encarregue do repatriamento e da extinção da presença portuguesa na França e na Bélgica.
Em 1919 foi nomeado governador dos territórios da Companhia de Moçambique e de lá voltou apenas em 1923. Integrou a partir daí o grupo de militares e civis em torno de Sinel de Cordes que preparou o golpe de 28 de Maio de 1926, sendo mesmo o General Roçadas o indicado para tomar o poder, o que não aconteceu por ter adoecido pouco tempo antes do golpe e falecido um mês depois. [cm-lisboa.pt]
Avenida General Roçadas |195-| Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Muito bom! Obrigado por partilhar!
ReplyDeleteNão esperava encontrar o sr Afonso por aqui (deixou o bloguismo? O seu TU pelo menos deixou de estar visitável desde há muito, eu desde o ano passado virei a agulha para os blogs do sapo,por exemplo o sigaabola). Boa festas pascais, da forma que entender a páscoa,pois sabemos que a maioria agora só gosta de feriados e descanso.
DeleteA minha mãe nasceu na Castelo Branco Saraiva e eu passei muita da minha infância na Av General Roçadas, em casa dos meus avós, mesmo em frente da Vila Cândida!
ReplyDeleteAs saudades com que fiquei...
Lembro-me tão bem de estar à janela do prédio da minha avó e ver o autocarro 35 a passar, ainda daqueles com dois andares... Obrigado por me refrescar as memórias
Ao lado direito do pilar na estrada é a Rua Castelo Branco Saraiva, também conhecida por rua velha (nos Maias esta zona da Penha para norte e para leste em direcção ao rio é descrita como sendo uma especie de campo, quintas etc, nos limites da cidade de então). Não consigo perceber na imagem se a escola(do lado direito na avenida em direcção à praça Paiva Couceiro) Nuno Gonçalves já existia.
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