O olisipógrafo Júlio de Castilho no seu estudo «Pregões de Lisboa, Música do Coração do Povo», recorda:
A melopeia dos pregões é música, deliciosa música, nativa no coração do povo. Em cada nota diz-nos muito; na letra e na harmonia solta eflúvios de campo, lembra as hortas do Areeiro, os pomares de Benfica, as latadas de Loures, a fragrância das sebes nas sombrias azinhagas, as fainas das bandadas casaleiras. Pregões da Primavera no Bairro Alto, nas vielas de Alfama ou do Castelo, lembro-me bem das íntimas saudades, que na mente dorida me acordáveis, quando, longe dos meus, em plaga estranha, destes torrões natais curti a ausência. Escutava na memória da alma as sabidas vetustas melodias dos pregões desta mágica Lisboa…»
(in Lisboa – Revista Municipal, n.º 116-117, p. 73, 1968)
Praça de Luís de Camões [séc. XIX] — Água fresquinha e pura! Olha o púcaro de água fresca! Áá-Áá! — Áúúú! Á–ú! Áááuga! Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
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