O barquilho, uma espécie de bolo de massa tostada, feito de farinha não fermentada, a que se adiciona açúcar e mel, era e é — ainda hoje — utilizado na venda de sorvetes. Este petisco é a suprema palavra de pastelaria para o rapazio.
À porta das escolas e dos liceus e por aí, por toda a cidade, onde quer que encontrassem poiso, era certa e sabida a presença dos galegos dos barquilhos com grandes latões pintados de vermelho, em cuja tampa rodava a roleta da sorte. Talvez fosse, para a freguesia miúda, a primeira sensação de ganhar ao jogo!
Profissões de antanho: o vendedor de barquilhos [c. 1930] Praia de Algés[?] A venda de barquilhos feita habitualmente nas praias. Ferreira da Cunha. in Lisboa de Antigamente |
A verdade é que a rapaziada daquele tempo, em troca de uma moeda, fazia rodar por três vezes a roleta, e da soma dos três números que ela marcava, o vendedor entregava os barquilhos correspondentes.
Na sequência do jogo da roleta por vezes havia discussão: o rapazito
habilidoso a tentar intrujar o vendedor, e este, no jogo do gato e do
rato, a defender-se. Bastava inclinar de certa maneira o latão para que a
palheta que marcava os números parasse no sitio que mais lhe convinha.
E, não raro, havia zaragata!...
Bibliografia
DINIS, Calderon , Tipos e Factos da Lisboa do meu tempo (1900-1974, p. 212, 1986.
Commércio do Porto [C.P.] 13 de Janeiro de 1870.
Commércio do Porto [C.P.] 13 de Janeiro de 1870.
Isto era completamente desconhecido para mim. Obrigado!
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ReplyDeleteThank you so much for this great article. Its helped me a lot. Learned too many things from here
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ReplyDeleteNa praia da Nazaré a minha Avó comprava um para cada elemento da família ,uma delícia
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