Notável para a sua época de construção, e ainda hoje [em 1938] estabelecimento publico de primeira ordem, é êste outro edifício escolar, do Liceu Camões. Foi inaugurado em 1909, e pertence ao grupo destas edificações liceais que se deveram ao ilustre estadista João Franco. Possue condições pedagógicas modernas, grandes salas, aulas arejadas, galerias e corredores largos, pátios de recreio, e um admirável ginásio.¹
O Liceu Nacional de Lisboa, actual Escola Secundária de Camões, foi o segundo liceu de Lisboa, criado em 1902 por Carta de Lei, de 24 de Maio.
Inicialmente a funcionar no Palácio da Regaleira, no Largo de São Domingos, partilhava as suas instalações, no rés-do-chão, com uma leitaria e uma loja de mobílias. Dois anos mais tarde com a divisão de Lisboa em três zonas escolares, o Liceu Camões, ou «Lyceu de Camões» adopta a designação de Liceu Central e passa a ser o principal da zona onde fica situado — primeira zona.
Liceu Camões |1914| Soberano senhor da Praça José Fontana Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Em 1907, o Governo autoriza a aquisição de terreno, construção de um edifício e compra de mobiliário. O local escolhido, Largo do Matadouro Municipal [actual Praça José Fontana] foi alvo de fortes críticas por ser considerado ermo, de difícil acesso e distante para os alunos.
Projectado em 1907 pelo arquitecto Miguel Ventura Terra e edificado entre 1908 e 1909, foi o dos segundo liceu moderno da capital. A sua construção resulta de uma política de fomento do ensino superior, da qual fez parte a conclusão do Liceu Passos Manuel e o projecto do Liceu Pedro Nunes, também do risco de Ventura Terra. O edifício foi objecto de intervenções de ampliação e renovação em 1927, 1931, 1933, 1934, 1935 e 1940.
Liceu Camões |1933| Praça José Fontana Os alunos do liceu Camões à saída daquele edifício, no dia de abertura de aulas. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Na sua construção recorreu-se aos novos materiais da época: ferro e tijolo. Neste novo edifício já havia uma cantina, papelaria, livraria e estava englobado um conjunto de infra-estruturas associadas à prática do exercício físico dos quais se destacam os espaços para ginástica e banhos. Os espaços destinados ao convívio, às disciplinas
científicas e ao exercício físico eram uma novidade nas construções
escolares da época.
No início de 1908 — Janeiro — iniciam-se as obras que surpreendentemente terminam vinte e um meses depois.
Em 1909, a 16 de Outubro, inaugura-se o novo Liceu que entretanto, em 9 de Setembro de 1908 muda oficialmente a sua designação para Lyceu de Camões.²
N.B. Pelo Liceu Camões passaram grandes vultos da História e da Cultura do nosso país, quer como alunos quer como professores: Mário de Sá-Carneiro, Vergílio Ferreira, Aquilino Ribeiro entre outros.
___________________________________________________________________________Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, p. 58, 1938.
² Almeida e Duarte Belo – Portugal Património: Lisboa, Vol. VII, 2007.
My spouse and I stumbled over here different
ReplyDeleteweb address and thought I may as well check things out.
I like what I see so now i am following you. Look forward to checking out your web page yet again.
Hello Tһere. Ι found үoᥙr blog usіng msn. Thiѕ
ReplyDeleteіs a very well wгitten article. І'll Ƅe ѕure to bookmark іt and сome baсk to rеad more of yor սseful inf᧐rmation. Thɑnks for the post.
I wiⅼl definitely return.
João Bénard da Costa já falando de cinema, jorJo Silva Melo, Luís Miguel Cintra, seu pai Lindley Cintra, manos Lobo Antunes... do melhor!
ReplyDeletee EU TAMBÉM LÁ ESTIVE e o ANTÓNIO GUTERRES
ReplyDelete