Wednesday, 14 March 2018

Praça Marquês de Pombal, 15-18

Estamos na Praça Marquês de Pombal, vulgarmente denominada «Rotunda», que constituí o eixo de irradiação de avenidas e grandes artérias, projectadas já em 1882, mas cuja execução muito se fez demorar. [Araújo: 1939]


O palacete [demolido c. 1965] que torneja a Avenida Duque de Loulé (à esq.) inscrevia-se organicamente no desenho da praça e projectava com apreciável monumentalidade o seu corpo cilíndrico através de uma varanda corrida que o acompanhava no piso nobre. Em marcação vertical a cúpula com aberturas amansardadas transmitia uma dinâmica de volume. Poderá denotar dispositivos de linguagem compositiva do arq.º Adães Bermudes (1864-1947). 

Praça Marquês de Pombal, 15-18 [190-]
Quarteirão entre as Avenidas Duque de Loulé e da Liberdade

Paulo Guedes,
in Lisboa de Antigamente
 
 O prédio (ao centro) situado entre o «Palacete Seixas» e o palacete de esquina com a Duque de Loulé era conhecido como prédio da «Federação Portuguesa de Futebol», já que aqui se encontrava sedeada esta instituição a partir de 1954. No seu rés-do-chão direito estava instalado o estúdio fotográfico San Payo que durante décadas foi escolhido para retratos pessoais de grandes figuras. Em 1974 dá-se início ao seu processo de demolição.

Enquadramento dos edifícios na Praça Marquês de Pombal, 15-18 [1934]
Quarteirão entre as Avenidas Duque de Loulé e da Liberdade
Pinheiro Correia, in Lisboa de Antigamente

Em 1900, estava em adiantada fase de edificação o que vem a ser denominado o «Palacete Seixas» situado num talhão de grande área de terreno na extremidade direita da avenida, a contornar a Praça Marquês de Pombal e com acesso na retaguarda pela Rua Rodrigues de Sampaio. O projecto, de que se desconhece o autor, teve como primeiro responsável Alberto Pedro da Silva e, posteriormente, Guilherme Francisco Baracho. O mirante que lhe rematava a clarabóia central na sua configuração de minarete islâmico é dissonante à estrutura arquitectónica, mas a sua estilização de coreto em miniatura, assentava com aceitável leveza e registo poético no remate geométrico da cobertura. É desde 1997 propriedade do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e alberga o «Instituto Camões». Integra a Zona da Avenida da Liberdade que se encontra Em Vias de Classificação.
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Bibliografia
TEIXEIRA, José de Monterroso, Rotunda do Marquês:«a cidade em si não cabia já» ou a monumentalidade (im)possível, 2002.

1 comment:

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