Chegamos ao Largo de S. Sebastião da Pedreira — diz Norberto de Araújo —, em cujo topo já estivemos [vd. artigos anteriores] num dos passos anteriores da Peregrinação de hoje. Temos diante de nossos olhos a paroquial.
Neste sitio seiscentista existiu uma pequena Ermida de uma confraria de carpinteiros (caixeiros ou caixoteiros?) da Rua das Arcas, antiga Baixa; foi junto dela que em 1652 se construiu o templo de S. Sebastião da Pedreira, como paroquial, inaugurado em 1654.Levava este templo um século quando sobreveio o Terramoto, que o poupou. Beneficiou de restauros várias vezes, uma das quais já neste século, mas sem que a sua estrutura primitiva fôsse sensivelmente alterada.
Classificada como Imóvel de Interesse
Público, traduz uma linguagem severa «estilo chão», cuja fachada,
servida por escadaria dupla, lateral, para vencer o desnível do adro,
surge rasgada por um portal emoldurado a cantaria, rematado por tímpano
interrompido por um medalhão em baixo relevo com o emblema do santo
padroeiro. Ladeada por duas torres sineiras [a torre sineira que se eleva à esquerda é mais recente [1976?], definidas por pilastras e
cunhais de cantaria, é coroada por duplo frontão triangular.
O interior, de nave única, revela uma decoração barroca dos sécs. XVII e XVIII, integrada no conceito da «arte total», destacando-se: as obras de talha branca e dourada; o património azulejar, nomeadamente o do início de Setecentos, alusivo a S. Sebastião; as telas pintadas, em 1740, com a iconografia do referido santo; a pintura em estuque do tecto da nave, datada do fim do séc. XIX, alusiva ao orago; e um retábulo da «Ceia» assinado por Cirilo Volkmar Machado, exposto na capela do Santíssimo Sacramento.
Igreja de São Sebastião da Pedreira [1964] Largo de São Sebastião da Pedreira; Rua Tomás Ribeiro Ao findo, no quarteirão que esquina com a Avenida Luiz Bivar (já deste século) eleva-se palacete do Dr. Egas Moniz. É em estilo português, do tipo do século XVIII. Armando Maia Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
O interior, de nave única, revela uma decoração barroca dos sécs. XVII e XVIII, integrada no conceito da «arte total», destacando-se: as obras de talha branca e dourada; o património azulejar, nomeadamente o do início de Setecentos, alusivo a S. Sebastião; as telas pintadas, em 1740, com a iconografia do referido santo; a pintura em estuque do tecto da nave, datada do fim do séc. XIX, alusiva ao orago; e um retábulo da «Ceia» assinado por Cirilo Volkmar Machado, exposto na capela do Santíssimo Sacramento.
Igreja de São Sebastião da Pedreira [post. 1941] Largo de São Sebastião da Pedreira; Rua Tomás Ribeiro Vista do coro tirada da Capela-mor Mário de Oliveira, in Lisboa de Antigamente |
N.B. Na igreja existem algumas imagens assinaláveis, tais a de Nossa Senhora da. Saúde, quinhentista, de roca, só exposta no dia da sua festa e que pertencia à primitiva ermida,
e uma de Santa Rita de. Cassia (na antiga capela do Santíssimo) que fez
parte do recheio do hospício desta invocação, pertencente aos frades
agostinhos, e que existiu na rua de S. Sebastião da Pedreira. No chão da capela-mor, em sepultura rasa, existe o túmulo de D. João. Bermudes, patriarca da Etiópia, e que es teve primeiro depositado na primitiva ermida, da qual o prelado foi protector (morreu em 1570).
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Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, p. 82, 1939.
idem, Inventario de Lisboa, Fasc. 11, 1956.
monumentos.pt.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, p. 82, 1939.
idem, Inventario de Lisboa, Fasc. 11, 1956.
monumentos.pt.
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