A Ermidinha situa-se na Rua Gomes Freire — antiga Carreira dos Cavalos —, zona dedicada às corridas de cavalos e foi edificada em 1738, pelo Infante D. Francisco, irmão do rei D. João V e senhor da Casa do Infantado que havia cedido aos Religiosos Capuchos da Província da Beira uns terrenos para aí se fundar um hospício. Atribui-se a autoria do edifício a Manuel da Costa Negreiros arquitecto da Casa do Infantado, que pela mesma altura trabalhou nas obras da capela real do vizinho Paço da Bemposta. Comparando os dois monumentos existem algumas semelhanças entre as duas, no traçado sóbrio e na aplicação do arco contracurvado.
A Ermida da Carreira, de fachada simples, apresenta o brasão de armas do Infante mecenas e possui duas pilastras com capitéis ornados em tríglifo. No interior, o altar-mor está ladeado pelas imagens de São Francisco e de Santo António, respectivamente, em homenagem ao Infante e ao santo patrono do hospício. O coro sobre a porta da entrada foi sucessivamente alterado para que os frades pudessem assistir às liturgias e não fossem vistos. Actualmente, e nas dependências anexas funciona o pré-seminário do Patriarcado.¹
Ermida de N. S. da Conceição da Carreira (ou Carreirinha) |1945| Rua Gomes Freire A fachada apresenta o brasão de armas do Infante D. Francisco Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Esta rua que desde 18 de
Agosto de 1879 ostenta o nome de Gomes Freire homenageia Gomes Freire de
Andrade (1757-1817), o filho de um diplomata que seguiu a carreira
militar e foi considerado como um dos mais ilustres e mais atrozmente
perseguidos mártires da liberdade em Portugal. Como militar, Gomes
Freire de Andrade combateu em Argel (1784), na Rússia (1788), na Guerra
do Rossilhão (1790) e já como marechal-de-campo, na Guerra das Laranjas
(1801).²
___________________________________________Bibliografia
¹ (SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa,
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 1975, pp.142-143)
² cm-lisboa.pt
Gomes Freire de Andrade. Foi preso na sua casa na rua do Salitre, em Lisboa, para ser executado no Forte de São Julião da Barra. A sua mulher teria dito, quando o levaram: "Felizmente há luar", segundo a obra de Luís Stau Monteiro.
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À procura do nome dum edifício religioso sito na Rua de Gomes Freire (de Andrade) vim parar ao incontornável blogue "Lisboa de Antigamente" inesgotável fonte de ensinamentos em tudo o que diz respeito à Lisboa de ontem e de hoje. Mais uma vez, os meus parabéns e agradecimento pelo seu trabalho.
ReplyDeleteEm relação à famosa frase "felizmente há luar", na obra de LSM ela aparece na boca de D. Miguel e de Dona Matilde, com sentido diferente. No entanto, em tempos, alguém que considero fidedigno, informou-me que a frase foi realmente proferida, no dia das execuções, por alguém ligado ao Poder e como resposta a uma observação de que o dia já ia avançado e dentro em pouco ficaria escuro o que impediria as execuções. Porque "felizmente há luar" as execuções não foram adiadas. Não encontrei confirmação na internet do que me foi dito mas penso ser verdade. Alguém confirma ou corrige?
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