O antigo Palácio Ludovice, enorme quarteirão com quatro faces, contido entre as Ruas de S. Pedro de Alcântara e do Diário de Noticias, e as travessas da Cara e da Boa Hora, não passa de um casarão utilitário, votado desde há muito ao inquilinato mais díspar. Nele avulta apenas a formosa frontaria, numa sugestiva expressão de beleza e de harmonia arquitectónica. Ê desde 22 de Março de 1938 considerado «imóvel de interesse público», apenas por sua fachada principal.
Foi fundador deste palácio o arquitecto João Frederico Ludovice, que lhe imprimiu a traça setecentista pura, e a data pode ser fixada em 1747, segundo se depreende da inscrição na pedra colocada sobre a janela central do andar nobre.
A versão apresentada por Jacome Raton, nas suas « Memórias», que dá João Pedro Ludovice, filho do arquitecto famoso, como o fundador do palácio não oferece consistência; parte, por ventura, da circunstância de João Pedro haver residido na casa, que herdou de seu pai em 1752.
O interessante imóvel foi mesmo conhecido por «Palácio do Frederico», segundo assevera Júlio de Castilho na sua «Lisboa Antiga» — «Bairro Alto». Ê de crer que os descendentes directos dos Ludovices houvessem, no todo ou em parte, residido no edifício de S. Pedro de Alcântara, já no século XIX.
O interessante imóvel foi mesmo conhecido por «Palácio do Frederico», segundo assevera Júlio de Castilho na sua «Lisboa Antiga» — «Bairro Alto». Ê de crer que os descendentes directos dos Ludovices houvessem, no todo ou em parte, residido no edifício de S. Pedro de Alcântara, já no século XIX.
Considerado um exemplo
arquitectónico típico do barroco tardio nacional, assim como um dos mais
importantes exemplos da arquitectura palaciana da Lisboa
joanina, apresenta
uma fachada desenvolvida em 5 pisos de altura desigual, rasgada por um
portão central decorado com pilastras de cantaria em fiadas sobrepostas e
sobrepujado de tímpano, animada por dois janelões centrais, com
emolduramento de cantaria, que abrem para varandas de linhas
ondulantes, estando o janelão do piso nobre encimado por uma lápide onde
está patente a data da conclusão do imóvel, 1747. Salienta-se, ainda, a
articulação entre janelas de sacada e de peitoril e a alternância de
elementos decorativos,nomeadamente o elemento característico da
arquitectura joanina ou de Ludovice, uma
espécie de frontão liso, que coroa algumas janelas, e áticas triangulares
de cantaria, que coroam outras tantas.
Objecto de intervenções ao longo
do séc. XIX, foi sujeito a obras de transformação, segundo projecto do
arq. Jorge Segurado, entre 1944-45, no sentido de instalar o Solar do
Vinho do Porto no pavimento térreo do edifício. Algumas das salas do
imóvel conservam, ainda, silhares de azulejos setecentistas e tectos
apainelados com pinturas.
O interior, antecedido por uma escadaria nobre, encontra-se bastante
descaracterizado. Merece ainda atenção, o espaço em oval da primitiva
capela, decorado com mármore rosa.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa: Palácios particulares, pp. 2931, 1950.
cm-lisboa.pt.
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa: Palácios particulares, pp. 2931, 1950.
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