Sunday, 17 December 2023

Calçadinha de Santo Estêvão com a Rua da Regueira

Por Carvalho da Costa com a sua preciosa Corografia portugueza (1708) podemos ver como certos lugares andavam designados com nomes vagos quanto à particularização, por haver neles referência comum e lata a determinado ponto de referência. Ao anunciar as serventias da freguesia de S. Miguel, menciona a  "banda da praia" e o "chafariz de dentro”, querendo significar o lugar ou faixa ribeirinha e o lugar ou área do Chafariz de Dentro com as ruas e outras serventias confinantes dentro da freguesia. Na conta da freguesia de Santo Estêvão procede da mesma forma, levado decerto pelo uso: a "Praia" , o "Outeiro" , as "Varandas", a "Lapa" , a "Alfungera", a "Rigueira", os "Remédios", os "alpendres do chafariz".

Calçadinha de Santo Estêvão com a Rua da Regueira  |c. 190-|
Casa de ressalto; varina
José Artur Bárcia, in Lisboa de Antigamente

Sabe-se que cerca de 1183 se tinha formado um pequeno povoado para além da regueira que passara a designar-se por Regueira do Salvador e de ambos os lados da Regueira havia nascentes. O arrabalde de Alfama muçulmana articulava-se entre 2 pólos ligados pela Regueira: o do núcleo termal e das fontes públicas e o do bosque de Alfungera.
Na época dos descobrimentos a Rua da Regueira como as de S. Pedro, S. Miguel, da Adiça, o Largo do Salvador e as escadas da Igreja de S. Miguel eram os espaços urbanos mais vivenciados pela população local.

Rua da Regueira, 1  |s.d.|
Casa de ressalto com varas de madeira.
Estúdio Mário Novais, in Lisboa de Antigamente

5 comments:

  1. Obrigada por tanta e tão útil informação.

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  2. Fui muito feliz nesta calçadinha onde brinquei tanto.

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  3. A minha consorte nasceu aqui.

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  4. Foi reabilitada a casa!

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  5. Luís Castro Roque30 December 2023 at 08:38

    Parabéns pelo excepcional trabalho de datação, historiografia e descrição detalhada. Sensacional recordação histórica!

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