O Pôrto de Lisboa, conhecidamente, é o mais capaz e seguro de tôda a Europa, quanto mais de Espanha, por ser tamanho, que nenhum outro em grandeza pode em muita parte, competir com êle, nem recolher tão grande número de navios com mais comodidade, pois está abrigado de todos os ventos, e ser de tanto fundo, que nêle se fazem grandíssimos galeões, e as naus da índia, que são as maiores embarcações que navegam hoje no mar.==
A grandiosidade de que tanto se orgulha Lisboa, e o povo português, está altamente expressa nestas palavras do Imperador Carlos V ao presenciar o numeroso auxílio que lhe prestou Portugal, com navios, para a sua expedição a Túnis (1535): FÔRA EU REI DE LISBOA, EM POUCO O SERIA DO MUNDO.
(Maltieira: 1968)
A construção do Arsenal de Marinha começou no ano de 1759, em terreno que fora ocupado por uma parte dos Paços Reais da Ribeira, tornados em completa ruína pelo terremoto de 1755, e sobre o próprio local das antigas "Tercenas " edificadas por Don Manuel, estabelecimento, que não era exclusivamente naval, porque continha armazéns de armas para o exército. No reinado de Don Manuel e de Don João III guardavam-se neste depósito armamentos completos para 40.000 homens de infantaria e 3.000 de cavalaria, além de muitas peças de artilharia.
Este arsenal também teve o nome de «Ribeira das Naus», que conservou até ao terremoto de 1755, que destruiu completamente todos os seus edifícios.
Esta denominação passou ao novo arsenal, por alvará de 16 de Novembro de 1755, e por muito tempo ainda o povo assim lhe chamava. O arquitecto Eugénio dos Santos de Carvalho, autor da planta da reedificação de Lisboa, foi quem fez o risco para o novo edifício. O Arsenal da Marinha tem armazéns vastíssimos, que no começo do século XIX se achavam bem providos de todo o material necessário para uma marinha de guerra respeitável; a marinha portuguesa compunha-se então de doze naus, dezasseis fragatas e muitos outros vasos de menor lotação. Tem dois estaleiros bem construídos de cantaria.
(marinhadeguerraportuguesa.blogspot.pt
Doca seca do Arsenal de Marinha, caldeira |c. 1890| Antiga Ribeira da Naus; Praça do Comércio A. S. Fonseca, in Lisboa de Antigamente |
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