O Palácio dos Condes de Lumiares situa-se na entrada do Bairro Alto, ocupando a totalidade de um quarteirão que é confrontado a E. pela Rua de São Pedro de Alcântara, a S. pela Travessa Água da Flor, a N. pela Travessa da Boa-Hora e a O. pela Rua do Diário de Notícias.
No século XVI existiu no local uma quinta chamada dos Alteros, cujo proprietário, João de Altero de Andrade, ou Andrada, mandou edificar um imponente edifício que se manteve até ao século XVII. Porém e após alguns indícios de ruína, D. Leonor de Távora [vd. nota(s)] adquiriu o imóvel, deu ordens de demolição e fez construir o actual edifício (1703), vizinho do Palácio Ludovice. Apesar de apresentar uma fachada sóbria, no interior uma escadaria notável dá acesso ao primeiro andar, cujas janelas no interior estão decoradas por volutas e rematadas em arco contracurvado.
Nota(s): D. Leonor de Távora — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , viúva de Tristão da Cunha, mãe e tutora de Manuel Inácio da Cunha e Menezes, senhor de um morgado instituído por Fernão Álvares de Andrada. Daquele Manuel Inácio foi neto o Conde de Lumiares, de nome Manuel Inácio também, casado com a 3.ª Condessa daquele título, e desta circunstância resulta o facto de a propriedade, que estamos contemplando, ter sido conhecida ate há meio seculo por «Palácio dos Lumiares». [Araújo, V, 1938]
A antiga entrada principal, com um átrio vasto, está (desde de longa data) toda aproveitada e alugada a lojas.
Mais recentemente (2014), o edifício foi adquirido por um grupo hoteleiro com projecto de reconstrução do imóvel para apartamentos de 5*, mantendo as fachadas exteriores.
Excelente blog. O melhor sobre esta temática. Só um reparo. A datação na segunda fotografia está incorreta. Será, talvez, "1960"?.
ReplyDeleteGratos pelo apreço. Vai corrigir-se a data da 2ª imagem.
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