Sunday 8 March 2020

Nicho (Quinta) da Imagem, ao Caracol da Penha

 (em1889) na esquina sul desta travessa (do Caracol da Penha) para a rua de Arroios — diz Júlio de Castilho  — uma  pequena casa, de mesquinha aparência, em cujo cunhal se vê um nicho, hoje tapado, mas que antigamente tinha por habitante não sei que santo ou santa, com o indispensável pingente da sua lanterninha. [...] Chamava-se por causa dele, ao sítio, o Nicho da Imagem.¹

Rua Marques da Silva  |c. 1900|
Cruzamento com a e Avenida Almirante Reis
O nome deriva da existência no local do Convento da Encarnação
Machado & Souza, in AML

N.B. Em 1891,  quando a C.M.L. procedeu ao alargamento da Travessa do Caracol da Penha, a então denominada Quinta da Imagem era propriedade do comerciante João Marques da Silva.
Perguntemos agora: Marques da Silva porquê? quem foi aquele senhor? que fez ele?
Era ao tempo um comerciante que morava na rua dos Anjos e que era proprietário da célebre Quinta da Imagem, ali ao Caracol da Penha, ao virar para a rua de Arroios, quinta da qual o sr. João Marques da Silva, — era este o seu nome — ofereceu uma fatia à Câmara para alargamento da travessa do Caracol! E lá vimos que foi nessa sessão que o vogal da Comissão Administrativa do Município, sr. Costa Lima, propôs, e foi aprovado, para que a travessa passasse a ter o nome do proprietário local que contemplou a cidade com aquela nesga de terreno da sua quinta.²

Levantamento da Planta de Lisboa: 1911, Pinto, Júlio António Vieira da Silva.[Fragmento]  
Legenda:
Vermelho - Chalet (Quinta da Imagem) de João Marques da Silva
  Laranja - Rua Marques da Silva [Travessa do Caracol da Penha]
Verde - Av. Almirante Reis [projectada Avenida dos Anjos]
Azul - Rua de Arroios

Bibliografia
¹ CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga, vol. I, IX, pp. 165-172, 1937.
² MACEDO, Luís Pastor de, Lisboa de Lés a Lés, vol. IV, pp. 52-54, 1968.

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