Não quero deixar de chamar a tua atenção para o Café-Restaurante Abadia. Foi fundado em 1916 por José Maria Iglésias e Francisco Pereira, sendo as decorações interiores e a pretensiosa fachada risco do arquitecto Rosendo Carvalheira, o qual — diga-se de passagem — «fez o que lhe encomendaram».¹
O Café Abadia, fachada de Rosendo Carvalheira, na Praça dos Restauradores, começou por servir leite a copo, sob a designação Pastelaria Foz ([1916]. Era sucursal da afamada Vacaria Áurea da Rua Rua do Ouro. Assim permaneceu até 1917, data em que, brevemente conhecido por Rendez-Vous de l'Avenue, inaugurou um café nas suas caves. Na década de 20 a designação corrente passou a ser, apenas, Café Abadia.
Café Abadia (Pastelaria Foz) |1918| Praça dos Restauradores Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Café-Restaurante Abadia |1921| Fachada e esplanada sobre os Restauradores; Palácio Foz Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Frequentado pelas «borboletas» (prostitutas) dos vizinhos «cabarets», Ritz e Maxim's, o Abadia atravessou um período de crise em termos de prestigio. Desapareceu já em plena recuperação, na década de 40, quando o Secretariado de Propaganda Nacional adquiriu, para sede própria, a antiga morada dos marquês de Castelo Melhor e dos marqueses da Foz. As antigas portas do Abadia foram substituídas por aquelas que, hoje, servem o posto de turismo do Palácio Foz.²
Café-Restaurante Abadia |1931| Fachada e esplanada sobre os Restauradores; Palácio Foz Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Café-Restaurante Abadia |1935| Fachada e esplanada sobre os Restauradores; Palácio Foz Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, pp. 21, 1939.
² DIAS, Marina Tavares, Os Cafés de Lisboa, p. 127, 1999.
² DIAS, Marina Tavares, Os Cafés de Lisboa, p. 127, 1999.
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