No centro desse quarteirão sul [do Largo do Rato] referido — recorda Norberto de Araújo — chãos e casas que primitivamente foram da Real Fábrica de Sedas — rasga-se um Arco, que leva a uns terrenos (antiga Quinta do Ferreira, ou do Ferrari, o que julgo mais acertado) nos quais à esquerda está de pé a adega e casa de pasto conhecida pela designação de «Parreirinha», e ao fundo se construíram em 1907 uns barracões sólidos, que pertencem, como oficinas, à Sociedade Portuguesa. de Automóveis, com entrada pela Rua da Escola Politécnica; uns quintalórios denunciam ainda a antiga feição rústico-fabril do local.
Largo do Rato [195] Ao centro vê-se o arco de acesso à antiga Quinta do Ferreira, ou do Ferrari depois Teatro do Rato Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Aqui, precisamente no sítio dos barracões, assentou o Teatro do Rato, inaugurado em 27 de Março de 1880 e que ardeu em 1906, afinal também um grande barracão de zinco e tijolo, mas por cujo tablado passaram algumas notáveis figuras da cena portuguesa, entre as quais Adelina Abranches, felizmente ainda sobrevivente de uma geração de artistas eminentes.
Arco do Largo do Rato [1944] Acesso à antiga Quinta do Ferreira, ou do Ferrari e ao Teatro do Rato Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Comício republicano realizado no antigo recinto do Teatro do Rato [1907-05-01] Largo do Rato Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 15, 1939.
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