Este cruzamento da Cruz das Almas — recorda-nos Norberto de Araújo — era sitio — vê lá tu! — de S. João dos Bemcasados, (chamou-se também Cruz de S. João dos Bemcasados), antes de se rasgar e urbanizar a Rua que teve este nome, ali há poucos anos, e onde já estivemos.
É também antigo, embora tenha sofrido beneficiações que lhe disfarçam o semblante, o prédio da esquina, e o que se lhe segue na Rua das Amoreiras [hoje Rua Prof. Sousa da Câmara].
Vê nesse cunhal uma pedra, com letras gravadas, e que atesta a antiguidade da casa e o senhorio do sítio: «Foreiras a Sebastião José de Carvalho e Melo. Ano de 1742». É bem interessante — talvez único em Lisboa em casas particulares, e com vista para a rua — esse relógio de sol, ainda bem conservado.
Mais valioso é o prédio que a este se continua, solarengo, com pormenores decorativos, belos jardins e fisionomia repousado do fim de setecentos. Aí tens no seu portão principal, n.° 170, um curioso pormenor: sobre o pilar direito vê-se uma Cruz (seria esta a «Cruz das Almas»?) e sob ela uma data 1626, e no pilar esquerdo uma pomba de Espírito Santo [vd. ampliando 2.ª foto]
Este prédio, e o contíguo do cunhal, supostamente dos Rebelos Palhares, e, porventura, dos Cadavais, pertenciam no século passado a D. Mariana Emília Cambiasso e depois do capitalista Manuel Maria de Antas Barbosa. Em 1920 eram de D. Sofia Fricks em administração de seu sobrinho Frederico, e foram há poucos anos (1932-1934) vendidos, um após outro, ao engenheiro César Augusto Pimentel.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, p.81, 1939.
Since the admin of this web page is working, no uncertainty very soon it will be well-known, due to its feature contents.
ReplyDelete