Wednesday, 24 October 2018

Praça 5 de Outubro, Cascais

É evidente que o topónimo Cascais deriva de casca, como lavais de lava, trigais de trigo, etc. Mas — perguntarão os nossos estimados leitores com natural curiosidade — , de que espécie de casca? Acaso haveria no sitio onde surgiu a povoação tão grande quantidade de cascas que impusesse, ou ao menos explicasse de maneira aceitável, tal denominação?
Vejamos o que, sobre o étimo de Cascais escreveu Rafael Bluteau na pág. 204 do Suplemento ao seu Vocabulário:
A villa de Cascaes principiara haveria duzentos annos¹, pouco mais ou menos; que os primeiros que a habitaram foram pescadores de redes, os quaes para as lançarem ao mar primeiro as mascaravam com folhas de aroeira, que se punham de molho em tinas ou talhas grandes onde mettiam as redes. Que se fora povoando a villa cada vez mais, e assim também as tinas e talhas, a que os pescadores chamavam casqueiros, parecendo que dahi vinha, por corrupção de vocábulo, o nome de Cascaes, originado no costume de perguntarem uns aos outros — encascaste já?
¹Aliãs, 363, isto é, de 1364, até 1727, ano da publicação do Suplemento

Praça 5 de Outubro, Cascais |1950|
Vista tomada do Passeio Dom Luís I; ao fundo destaca-se o edifício dos antigos Paços do Concelho e, à direita, o Café Tavares, onde hoje se encontra o Hotel Baía
A praça 5 de Outubro, antiga de D. Luís I, é um dos pontos centrais da vila de Cascais. Aqui se encontra a estátua de D. Pedro I, o rei da trágica história de amor de D. Inês de Castro. Conhecido como "O Justiceiro" (também O Cruel, O Cru ou O Vingativo), foi durante o seu reinado que Cascais recebeu o foral.
António Passaporte, in Lisboa de Antigamente
Colecção José Santos Fernandes

Bibliografia
BARRUNCHO, Pedro Lourenço de Seixas Borges, Apontamentos para a história da vila e concelho de Cascais, 1873, p. 8-9.

1 comment:

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