É evidente que o topónimo Cascais deriva de casca, como lavais de lava, trigais de trigo, etc. Mas — perguntarão os nossos estimados leitores com natural curiosidade — , de que espécie de casca? Acaso haveria no sitio onde surgiu a povoação tão grande quantidade de cascas que impusesse, ou ao menos explicasse de maneira aceitável, tal denominação?
Vejamos o que, sobre o étimo de Cascais escreveu Rafael Bluteau na pág. 204 do Suplemento ao seu Vocabulário:
A villa de Cascaes principiara haveria duzentos annos¹, pouco mais ou menos; que os primeiros que a habitaram foram pescadores de redes, os quaes para as lançarem ao mar primeiro as mascaravam com folhas de aroeira, que se punham de molho em tinas ou talhas grandes onde mettiam as redes. Que se fora povoando a villa cada vez mais, e assim também as tinas e talhas, a que os pescadores chamavam casqueiros, parecendo que dahi vinha, por corrupção de vocábulo, o nome de Cascaes, originado no costume de perguntarem uns aos outros — encascaste já?¹Aliãs, 363, isto é, de 1364, até 1727, ano da publicação do Suplemento
Bibliografia
BARRUNCHO, Pedro Lourenço de Seixas Borges, Apontamentos para a história da vila e concelho de Cascais, 1873, p. 8-9.
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