Este Largo do Chiado, aprazível e portentoso, é um alfobre de história. Estivemos encantados a enumerar e analisar algumas das suas melhores estampas, e só agora demos pelo faiscar dos brilhantes que se engastam nas jóias de alto preço — só para ricaço adquirir! — que se mostram expostas nas montras da antiga Joalharia de Leitão & Irmão, fundada em 1877 por José e Narciso Pinto Leitão, cujo acontecimento mereceu nessa data uma crónica especial de Ramalho.
É o mais rico estabelecimento do burgo, uma autêntica casa-forte, onde se acumulam grandes riquezas,
e que fez luxo em ostentar a divisa «Fornecedor da Casa Real». A parte
exterior está revestida de mármores negros, o que levou certo gracioso a chamar a essa tão conhecida casa, o «túmulo do Chiado».
Joalharia Leitão & Irmão |post. 1910| Largo do Chiado, 21-23 (actualmente no n.º 16); Rua Nova da Trindade Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
A Joalharia Leitão instalou-se aqui quando artéria que lhe corre do lado nascente, já se chamava Rua Nova da Trindade, assim classificada em 1836. Antes, era Rua do Secretário da Guerra, um alto funcionário de muita nomeada no século XVIII, de nome João Pereira da
Cunha Forjaz, morador e proprietário do prédio que antecedeu o actual,
que o Terramoto obrigou a reconstruir.
Um dos antecessores da Joalharia Leitão, foi a Fábrica de Marcenaria de José Aniceto Raposo, talvez de 1810 a 1814, pelo menos. No 1.° andar, funcionou o estabelecimento de banhos de Francisco Geneste, que morreu em 1835; e foi Andrilliat, cabeleireiro da Casa Real, quem
tomou a casa e a dirigiu, ao mesmo tempo que exercia a sua principal
profissão, vendendo aos clientes toda a espécie de adereços, como chinós, meias-cabeleiras metálicas, elásticas e de pressão; marrafas e crescentes, «tudo chegado de Paris». Causaram sensação, « imersões quentes a 320 réis».
Joalharia Leitão & Irmão |1953| Largo do Chiado, 21-23 (actualmente no n.º 16); obras de pavimentação Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
No dia 1 de Dezembro 1877, o Rei D. Luís atribuiu à Joalharia Leitão &
Irmão o título de «Joalheiros da Coroa». A Leitão & Irmão continuou a
ser a escolha da Casa Real para a criação de presentes a familiares,
amigos e personalidades. A rainha D. Maria Pia foi igualmente uma
entusiasta e fiel cliente.
As principais oficinas da Casa Leitão foram construídas em
finais do século XIX no pátio de um pequeno palacete no Bairro Alto [vd. imagem abaixo]. Aí
se instalaram grandes artistas prateiros que até então trabalhavam em
oficinas de “vão de escada”, um pouco por toda a Lisboa. Os modernos
meios de fabrico e condições de trabalho foram contribuição decisiva
para a manufactura de peças de excepção.
Em 1981, as oficinas de joalharia, originalmente localizadas no
primeiro andar da loja do Chiado, foram integradas na oficina do Bairro
Alto.
A actual loja do Largo do Chiado foi remodelada no ano 2000 pelo artista Pedro Leitão.Antigas oficinas da Joalharia Leitão & Irmão |c. 1900| Rua da Gáveas com a Travessa da Espera Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
COSTA, Mário, O Chiado pitoresco e elegante, 1987.
leitao-irmao.com.
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ReplyDeleteAgradecemos desde já o interessante artigo sobre a Casa Leitão, o qual apreciámos bastante. Pedimos por favor que nos facultem, caso possível, um endereço privado, para podermos prestar um esclarecimento adicional.
Com os melhores cumprimentos,
Leitão & Irmão Joalheiros
Gratos pelo apreço. Podem contactar-nos por mensagem privada através do n/ sítio no FF (link disponível do lado direito do blogue. Cumps,
ReplyDeleteNarrativa muito interessante; fotos fabulosas.
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