No geral os trapeiros são indivíduos sem história, marginais à maneira antiga, embora suas vidas pudessem fornecer material para romancear. Vivendo com a indiferença de todos, farrapos humanos nostalgicamente envolvidos em farrapos, acomodam-se em qualquer vão de escada, esquecidos do mundo.
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| Trapeiros na Avenida 24 de Julho |1921-1925| Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente Legenda da foto no arquivo: "Estado em que se encontra Lisboa. Lixo" |
Incapazes de reagir contra o destino que lhes fora adverso, o trapeiro é um indivíduo imune contra a doença e o vício da cidade, uma vez que revolvendo-lhe o lixo continua satisfeito por lá encontrar os argumentos do seu próprio destino. Repousa tranquilamente em qualquer banco de jardim, pedindo apenas que o deixem em paz, porque a sua liberdade vale mais do que todas as obrigações da lei.
(DINIS, Calderon, Tipos e Factos da Lisboa do meu tempo (1900-1974), p. 270, 1986).
(DINIS, Calderon, Tipos e Factos da Lisboa do meu tempo (1900-1974), p. 270, 1986).
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| Aldeia dos Trapeiros, nas proximidades da Alameda D. Afonso Henriques |1945-03-29| Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |


esta então é completa novidade para mim - junto à actual Alameda?
ReplyDeleteÉ que está referido no arquivo.
Deletemistério...
ReplyDeleteTudo muda! As necessidades humanas também e as cidades se amoldam a elas!
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