Os chineses, como vendedores ambulantes, fizeram época.
Foram eles que primeiro apareceram nas ruas de Lisboa a vender gravatas e bugigangas — recorda Dinis Calderon — colares de vidros de várias cores, pó-de-arroz especial, anéis eléctricos que tinham a vantagem de dominar o reumático, etc. Naquele tempo era vê-los pela Baixa na sua voz branda: — Qui quer glavatas de linda colores? Qui quer deixar de padecê reumatique?
Antes tinham aparecido as chinesas dos bichos que prometiam curar todas as doenças dos olhos, pois tiravam uns bichinhos que elas afirmavam provocar inflamações e outros males. Teve de intervir a polícia, pois o povo, sempre crédulo, procurava-as para se submeter aos tratamentos.
Mas os chineses, como vendedores ambulantes, foram desaparecendo pouco a pouco das ruas, cedendo a venda das gravatas a todo o comerciante de ocasião que facilmente os substituíram, comércio que pouco durou depois do 25 de Abril, uma vez que, após a liberdade, todos adquiriram o direito de andar sem gravata!... E, o negócio deixou de interessar, considerada a gravata um objecto decorativo, só para cerimónias oficiais, casamentos e baptizados...==
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