Quem passa hoje pela Avenida Duque D’Ávila, nº 23, na esquina com a Rua de Dona Estefânia, na zona das Avenidas Novas no coração moderno de Lisboa, não se apercebe à primeira vista que aqui se situou a Casa dos Estudantes do Império (CEI). O edifício foi totalmente renovado, alteado e pintado de amarelo – e quase ninguém conhece a função que o prédio teve entre 1944 e 1965.
A história da Casa dos Estudantes do Império é uma ironia em si mesma. Apadrinhada pela Mocidade Portuguesa e financiada pelo Ministério das Colónias, iria ser, durante duas décadas, o principal foco de agitação anticolonialista na metrópole. Fundada com o objectivo de formar a elite intelectual do ultramar, acabou por ser tornar central na consciencialização política de muitos que combateram o regime salazarista.
Avenida Duque De Ávila, 23, esquina com a Rua se Dona Estefânia |1961| Casa dos Estudantes do Império Fernandes, Augusto de Jesus, in Lisboa de Antigamente |
Por aqui passaram nomes como Agostinho Neto e Lúcio Lara (Angola), Amilcar Cabral (Guiné-Bissau), Marcelino dos Santos (Moçambique) e Alda do Espírito Santo (São Tomé e Príncipe).
A Casa dos Estudantes do Império foi encerrada por intervenção da PIDE em 1965.
Avenida Duque De Ávila, 23, esquina com a Rua se Dona Estefânia |1966| Casa dos Estudantes do Império Fernandes, Augusto de Jesus, in Lisboa de Antigamente |
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