Friday, 26 May 2023

Avenida da República, 50

Na esquina com a Avenida Barbosa du Bocage, um palacete do início do século XX, demolido em 1970.

As «Avenidas Novas» surgem no início deste século como resultado dos trabalhos e projectos do engenheiro Ressano Garcia e organizam-se em volta duma grande artéria chamada então «Avenida das Picoas». Esta ligava-se à Rotunda [actual Pç. Duque de Saldanha] pela Avenida do Campo Grande (mais tarde, de Fontes Pereira de Melo). [...] Para as suas avenidas (a das Picoas havia de se chamar Ressano Garcia e, só mais tarde, da República), o engenheiro camarário tinha previsto tudo, desde os passeios aos esgotos, passando pelo tipo de árvores que as ornamentariam. Todo este espaço era destinado a classes abastadas dentro da burguesia lisboeta e a rapidez da sua execução permitiu que um certo equilíbrio de formas fosse alcançado.

Avenida da República, |196-|
Antiga de Ressano Garcia, antes Avenida das Picoas
Do lado direito, na esquina da Avenida Barbosa du Bocage, um palacete do início do século XX, demolido em 1970.
Artur Inácio Bastos, in Lisboa de Antigamente

Nas Avenidas Novas nasceu a Rua Barbosa du Bocage, por Edital de 11/12/1902, na via pública entre as Avenidas Marquês de Tomar e Rua do Arco do Cego. Passados quase 23 anos, o Edital de 08/06/1925 mudou a classificação da artéria para Avenida.
José Vicente Barbosa Du Bocage, (1823-1907) Maçon. Bacharel formado em medicina pela Universidade de Coimbra, lente de zoologia na Escola Politécnica, do conselho de Sua Majestade, ministro de Estado, deputado, par do Reino, um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa, sócio da Academia Real das Ciências, da Sociedade de Zoologia de Londres. 
Era primo em segundo grau do popular poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage.

Avenida da República, 50 |1970|
Antiga de Ressano Garcia, antes Avenida das Picoas
Palacete já demolido que tornejava para a Avenida Barbosa du Bocage
Nuno Barros Roque da Silveira, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): Infelizmente a imagem é de baixa qualidade/resolução, graças ao paupérrimo trabalho de digitalização efectuado pelo Arquivo Municipal de Lisboa (AML).

5 comments:

  1. Manuel Dias Silva28 May 2023 at 03:14

    Lindo edifício que demoliram para dar lugar a outro esteticamente inferior.

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  2. Lisboa com este património seria hoje uma das mais interessantes capitais do mundo.
    Tiago Martinho

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  3. Nice post thank you.

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  4. Aqui se aprende, revisita-se a história da cidade, e constata-se entre coisas boas, as muitas asneiras em prol da modernidade.
    Um excelente trabalho que felicito e agradeço.

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