Este topónimo está relacionado com a proximidade ao sítio de S. Bento — «poial» é o lugar onde se põe ou se assenta alguma coisa — , denominação que data do séc. XVI por referência ao Convento de frades beneditinos que vieram de Tibães. Estes frades já instalados na área compraram em 1596 terras da Quinta da Saúde onde construíram o Convento de S. Bento, que por tal também foi conhecido por Convento da Saúde. Sabe-se que o convento já estava ocupado em 1598 apesar de a obra só ter ficado concluída em 1615.
O nome de São Bento ou de São Bento da Saúde, estendeu-se a todos os terrenos próximos, citando-se amiúde, como referência, para designar pontos bem distantes, logo ao alvorecer do século XVII.
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| Rua dos Poiais de São Bento |1960| Marçano no cruzamento das Ruas da Cruz dos Poiais e de Caetano Palha MARÇANO, s. m. Aprendiz de caixeiro, especialmente de armazém de géneros alimentícios: «Desaparelhado para a vida ... serviu de marçano num armazém de secos e molhados)», Aquilino Ribeiro , A Batalha sem Fim , cap . 2, p. 38. Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente | 
A  Rua  dos  Poiais de  São  Bento  vem  desde  1672.  Anteriormente a  esta  data,  davam-se-lhe  várias referências, sendo  a  mais  comum  delas  a  de  além  dos  Poiais.
Em  1640  também  se  lhe  chamou  rua  de  São  Bento abaixo  do  Poço  Novo.
Estes «Poiais»  serviam,  identicamente,  para  ponto  de referência  de  outras  serventias,  que  se  designavam «nos Poiais», «aos  Poiais»  e  ainda «que  vai  para  os  Poiais»,  remontando tal  sinonímia  local  a  1570.
À laia de curiosidade, tinha, em 1770, 54 fogos. Desdobra-se, em 1771, em Poiais de S. Bento (17 Fogos) e R. Direita do Poço Novo [hoje dos Negros] (40 fogos). Reúnem-se em 1772 na R. Direita dos Poiais de S. Bento (56 fogos).
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| Calçada da Estrela com a Rua dos Poiais de São Bento |1960| O eléctrico segue para a Rua de S. Bento. Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente | 
Bibliografia
BRITO, Gomes de) Ruas de Lisboa. Notas para a história das vias públicas, 1935.
SEQUEIRA,
 Gustavo de Matos, Depois do terramoto: subsídios para a história dos 
bairros ocidentais de Lisboa, Volume 2, pp. 42-43, 1967.
 
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