Sunday, 1 January 2023

Travessa da Horta Navia

Eis a Alcântara do fim de seiscentos. Como mais notável, a celebrada Quinta da Horta Navia, de que hoje subsiste uma reminiscência numa travessa, junto aos terrenos da Estação de Alcântara-Terra, e que leva da Rua Maria Pia à Rua da Fábrica da Pólvora, por uma espécie de atalho.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IX, p. 12, 1939)

Travessa da Horta Navia |1944|
Estação de Alcântara-Terra
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Esta artéria que nasce frente ao n.º 34 da Rua Maria Pia, paralela à linha férrea é uma memória do sítio da Horta Navia cuja primeira menção data do tempo de D. Afonso II (1211–1223) no rol das propriedades que a Ordem de Santiago possuía.
Nos séculos XVI e XVII já aparecem descrições que dão conta do local ser uma horta que atraía os lisboetas nas horas e ócio e é aceitável supor que no início do século XIX o topónimo se expandiu nas terras que da margem esquerda da Ribeira de Alcântara subiam para montante.
Como Travessa da Horta Navia a primeira referência aparece na planta da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque, de 1856.

Estação de Alcântara-Terra |1928|
Em segundo plano pode ver-se parte do casario da Travessa da Horta Navia; mais acima
nota-se a Rua Maria Pia e no alto o Cemitério dos Prazeres.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

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