Chiado às quatro horas da tarde, quando os amanuenses vêm para cima e as cocottes vão para baixo. [Ortigão: 1889]
Afinal ele não é uma designação — é um código de costumes. Não é uma rua — é um índice de Lisboa». As palavras são de Norberto de Araújo, das Legendas de Lisboa, e definem o Chiado, a tal «ladeira vaidosa» de Ramalho Ortigão ou a «personificação de Lisboa elegante» de Júlio de Castilho. Quantos não foram os poetas e escritores que ao Chiado se referiram em termos semelhantes? Estamos, pois, num dos «píncaros do mundo» e quem o afirma é Guerra Junqueiro. No Chiado, «instituição profundamente gomosa», se «exibem as raridades do sport e a fina essência da elegância», e Fialho de Almeida sabia-o. O conselheiro Acácio, este, «aprumava a estatura» ao descer o Chiado e Artur Corvelo, que deixava a Capital, «ia devorando com os olhos os lugares que amava: a Casa Havanesa, a janela do seu quarto, lá em cima no [hotel] Universal [prédio dos Armazéns do Chiado] — que ferro ir-se!»
Rua Garrett |1912| Antiga do Chiado: a "Ladeira Vaidosa" A elegância das modistas; Tabacaria Estrela Polar na esquina com a Rua Ivens. Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Em breve (em relação a 1912) Pessoa andaria também por aí.
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