A sinagoga Shaaré Tikvá (“Portas da Esperança"), na Rua Alexandre Herculano, abrira em 1904 longe da vista pública, porque a Carta Constitucional proibia templos não-católicos. Desde Outubro de 1910, com a República laica, o gregarismo hebraico tendeu a aumentar, embora a aprovação dos estatutos da CIL , submetidos ao Parlamento em Junho de 1911, levasse quase um ano, até Maio de 1912. Vigorava já a Lei da Separação das Igrejas do Estado (1911) e proclamara-se a liberdade dos cultos. [Edeline: 2002]
Existiam em Lisboa, desde 1810, várias casas de oração, mas dificilmente reuniam as condições necessárias ao culto, pois situavam-se em modestos andares. Assim apesar das dificuldades ocasionadas pela falta de reconhecimento oficial, a Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) consegue comprar, em nome de particulares, um terreno para a construção de um edifício de raiz, próprio e condigno.
O projecto da sinagoga foi da autoria de um dos maiores arquitectos da época, Miguel Ventura Terra. Situada no n.º 59 da Rua Alexandre Herculano, teve de ser construída dentro de um quintal murado (contigua à Casa Ventura Terra, atelier do arquitecto), dado que não era permitida a construção com fachada para a via pública de um templo que não fosse de religião católica, então religião oficial do estado.
Lançada a Primeira Pedra em 1902, a Sinagoga Shaaré Tikvá é finalmente inaugurada em 1904, culminando um esforço de mais de 50 anos dos judeus de Lisboa.
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