A igreja de Santo António de Campolide, orago recente, foi construída sobre as bases de uma antiga capela setecentista de Nossa Senhora da Penha, integrada nas casas da Quinta da Torre, de Estêvão Pinto de Morais Sarmento, guarda-jóias de D. João V.
Este Estêvão Pinto — que deu nome à serventia — foi Estêvão Pinto de Morais Sarmento, proprietário neste sitio de terrenos e casas no século XVIII, antes do Terramoto — a «Quinta da Tôrre» — , guarda-joias de D . João V, e muito seu privado . Um dos moradores da Quinta, no começo do século, era um dos Marqueses de Pombal. Os terrenos de cultivo foram sendo retalhados, mas as casas eram aí há cem anos propriedade de Nicolau de Abreu Castelo Branco, e meado do século já estavam na posse de um seu parente, João de Lemos Seixas de Castelo Branco, o notável poeta, jornalista e escritor, defensor das ideias miguelistas. Em 1858 João de Lemos vendeu casas e quinta ao Padre Radmaker, que não sendo português de origem nascera em Lisboa, estudara na Itália, numa casa de noviciado jesuíta, e voltara a Lisboa em 1848; este famoso Padre Radmaker, que dirigira colégios religiosos na Rua da Páscoa, na Rua Buenos Aires e na Travessa do Moinho de Vento fêz então erguer este grande Colégio, para filhos-família de teres, e dedicado à Imaculada Conceição.
Capela e Colégio de Campolide da Companhia de Jesus [c. 1905] Travessa de Estêvão Pinto Aqueduto das Águas Livres e serra de Monsanto Actual Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente |
A Capela de N. Senhora da Penha, que pertencera à Casa de Estêvão Pinto, converteu-se, totalmente transformada, numa bela Igreja inaugurada em 1884 pelo Patriarca D. José Neto.
Em 1910, o edifício foi tomado pelo Estado [depósito da Farmácia Central do Exército], que, após litígio, viu a sua posse confirmada pelo Tribunal de Haia.
Em 1916, quando da entrada de Portugal na Grande Guerra, o edifício destinou-se a Hospital de Sangue; foi mais tarde entregue à Tutoria da Infância (Serviço de protecção a menores), tornou depois à Comissão dos Bens das Congregações Religiosas, para finalmente (1928) passar ao Ministério da Guerra. O enorme casarão, que interiormente nada oferece de notável, como arte, bem melhor destino podia ter que o de aquartelamento. A Igreja foi destinada a sede da nova paróquia de Santo António, criada em 1934, desmembrada da de S. Sebastião da Pedreira.
Em 1910, o edifício foi tomado pelo Estado [depósito da Farmácia Central do Exército], que, após litígio, viu a sua posse confirmada pelo Tribunal de Haia.
Em 1916, quando da entrada de Portugal na Grande Guerra, o edifício destinou-se a Hospital de Sangue; foi mais tarde entregue à Tutoria da Infância (Serviço de protecção a menores), tornou depois à Comissão dos Bens das Congregações Religiosas, para finalmente (1928) passar ao Ministério da Guerra. O enorme casarão, que interiormente nada oferece de notável, como arte, bem melhor destino podia ter que o de aquartelamento. A Igreja foi destinada a sede da nova paróquia de Santo António, criada em 1934, desmembrada da de S. Sebastião da Pedreira.
Colégio de Campolide da Companhia de Jesus [c. 1905] Travessa de Estêvão Pinto Actual Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente |
Nota(s): A capela funciona desde 1938 como Igreja Paroquial de Campolide, dedicada a Santo
António. A fachada, com portal em arco redondo, é rematada por frontão
triangular. No interior, nave coberta por abóbada de berço com galeria
de tribunas, coro alto e capela - mor com arcos de volta inteira. A
classificação é uma extensão do anterior decreto 129/77 de 29-9 que se
circunscrevia à escadaria do antigo Colégio, construído pelos jesuítas
dentro das linhas programáticas da arquitectura de estabelecimentos de
ensino da época. No antigo colégio está instalada, desde 1981, a Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.
Colégio de Campolide da Companhia de Jesus [c. 1905] Travessa de Estêvão Pinto Actual Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 87-88, 1939.
idem, Inventário de Lisboa, 1956.
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ReplyDeleteGrrrr... well I'm not writing all that over again. Anyway, just wanted to say fantastic blog!