É esse edifício que ai vês entre as Travessas do Conde de Avintes e das Freiras, arteriazinhas cheias de notas populares e pitorescas, que remontam ao tempo da construção do palácio, e envelheceram mais depressa.1
Em 1745, D. Tomás de Almeida, 1º Cardeal Patriarca de Lisboa, em terrenos que adquirira a seu irmão, mandou demolir a residência familiar que neles existia e edificar este palácio ao estilo da época, segundo projecto do arqº. João Frederico Ludovice. Concluída a obra, doou o palácio a seu sobrinho, D. António de Almeida Soares Portugal de Alarcão Eça, 1º Marquês do Lavradio, 4º Conde de Avintes e Vice-Rei do Brasil.
Pouco afectado pelo Terramoto de 1755, manteve-se na posse da família até que, em 1875, foi adquirido pelo Estado (por 15.300$000 réis), tendo conhecido obras de adaptação para acolher os tribunais militares (designadamente a transformação da capela em vestíbulo para as dependências do Supremo Tribunal Militar).
Palácio dos Marqueses de Lavradio [1930] Campo de Santa Clara; Travessa das Freiras; Travessa do Conde de Avintes Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Traduzindo uma arquitectura barroca joanina, o palácio organiza-se dentro de um quadrilátero trapezoidal, em torno de um pátio rectangular, desenvolvendo-se em três pisos.
A fachada principal, estruturada em três corpos separados por pilastras de cantaria, é rasgada ao centro, no piso térreo, pelo portal, ao qual se acede por curta escadaria de lanço único. O piso nobre é rasgado por três janelões rectangulares, rematados por cornijas curvas, onde o central, de sacada, abre para uma varanda com guardas de ferro. O remate do edifício é feito por platibanda de balaústres ritmada por plintos, interrompida no corpo central, que surge rematado por frontão triangular, ostentando as armas reais, e encimado por uma estátua figurando a «Justiça».
No interior merecem referência: o átrio, pelo revestimento azulejar polícromo setecentista dos muros, em torno da representação das armas dos marqueses de Lavradio; a escada, pelos painéis de azulejos representando cenas galantes e de caçadas e pelo tecto com decoração em estuque; e algumas salas, pela componente decorativa que evidenciam, lambris de azulejos e trabalhos de estuque nos tectos.2
Palácio dos Marqueses de Lavradio [c. 1921] Campo de Santa Clara; Travessa das Freiras; Travessa do Conde de Avintes Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
1ARAÚJO, Norberto de Araújo, Peregrinações em Lisboa, vol. VIII, p. 77, 1938.
2 cm-lisboa.pt; monumentos.pt.
1ARAÚJO, Norberto de Araújo, Peregrinações em Lisboa, vol. VIII, p. 77, 1938.
2 cm-lisboa.pt; monumentos.pt.
Agora que já "limparam" da foto a medonha marca d'água e melhoraram a qualidade a P/B do original, em breve estará escarrapachada no sítio do Cachado com a referência "in Arquivo do Jornal O Século". O v/ sítio do Facebook e este blog são inspiradores para o dito sujeito.
ReplyDeleteCarlos Fiolhais
"sítio do Cachado"? O que é isso?
ReplyDeleteQue sujeito implicante! Que relevância tem a marca de água para o assunto da postagem? Fica arrumando fio de cabelo em casca de ovo! Valha-me Deus!
ReplyDeleteDá ideia que você não sabe o significado de "marca d'água" aplicada à fotografia.
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