O Convento de São Francisco da Cidade de Lisboa foi fundado em 1217 e tem sido ocupado pela Escola Superior de Belas Artes, Academia Nacional de Belas Artes, Governo Civil de Lisboa, Polícia de Segurança Pública e Museu Nacional de Arte Contemporânea, este imóvel foi igualmente ocupado pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde se encontra sediada até ao presente momento. Está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Aqui temos na Rua Capelo — relembra-nos Norberto de Araújo — o Governo Civil de Lisboa [1835-2011]. Era o edifício dependência do Convento de S. Francisco, o qual, a-pesar-das alienações feitas a favor da Casa de Bragança, dispunha ainda em 1834 de enorme área.
O aspecto conventual desta parte do edifício onde, poucos anos depois da extinção das ordens, se instalaram alguns serviços da polícia, e mais tarde o Governo Civil, ainda se pode notar nos pátios e nalguns pormenores dos corredores baixos.
As
obras de melhoramentos parciais nas antigas dependências franciscanas
têm sido muitas. Pode dizer-se que em cada década se realizam
transformações, mas sem que o edifício deixe de constituir uma pobre
adaptação.
A escadaria principal data de 1907; o seu aspecto actual, com azulejos decorativos de Alves de Sá, é de 1932. Os panos de azulejo do átrio mostram nos vãos laterais junto ao rompimento das escadas, o «Tejo» e o «Douro»; nas paredes altas da escada vêem-se alegorias à Paz, à Caridade, e à Justiça, e, no topo, do primeiro lanço, com frente à rua, o escudo nacional sobre um oval com a Nau do escudo de Lisboa.
O que dá ao edifício, nos seus baixos, ainda um aspecto de «antro» são os calabouços que vão desaparecer em breve, segundo se anuncia.
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Crianças vadias presas nos calabouços do Governo Civil de Lisboa [190-] Rua Capelo (antiga Travessa da Parreirinha) Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Nota(s): O topónimo Rua Capelo foi-lhe dado pelo edital de 7 de
Setembro de 1885, em conformidade com o que fora resolvido na sessão da
Câmara de 3 do mesmo mês. Essa resolução constituía um dos pontos do
programa estabelecido pela Vereação, para festejar a chegada a Lisboa
dos exploradores Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens que daí a dias, a
16, haviam de desembarcar.
__________________________________________Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 16, 1939.
cm-lisboa.pt.
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