Do majestoso zimbório da Basílica da Estrela — a que se pode ascender depois de galgados mais de 200 degraus — o panorama de que ali se desfruta é dos mais belos de lisboa.
Se da maioria dos pontos altos de lisboa se avista a parte antiga da cidade — recorda o Guia de Portugal (1924) — o que aqui domina inteiramente no conjunto é a cidade moderna. O espectáculo torna-se por isso mais claro e mais alegre, variado ainda pela abundância de pequenos bosques e jardins, desdobrados como numa grinalda. Logo a O. a tapada da Ajuda, hoje já muito rarefeita, e a mole enorme do palácio; mais para cá a mancha verde do parque das Necessidades, e a seguir a parada sombria dos ciprestes dos Prazeres. Ao longe desdobra-se o espinhaço de Monsanto, e mais além e a NO. as alturas de Sintra. Para o N. abrange-se a cidade nova, e logo em baixo repousa o olhar a frondosa espessura do Jardim da Estrela, continuada ao fundo com os belos ciprestes do cemitério dos Ingleses. A E. avista-se o Castelo, a torre de S. Vicente e mais abaixo as da Sé, um pouco perdidas na massa escura dos telhados. Ao S. abre-se enfim, maravilhosa de luz e de amplidão, a enseada do Tejo, a melo da qual se ergue o pontal de Cacilhas, avançando no rio como a proa duma nau.
Panorâmica da Estrela tomada do zimbório da Basílica da Estrela |entre 1926 e 1936| Vêem-se os terrenos onde virá a ser rasgada a Avenida Infante Santo nas décadas de 1940/50, o Hospital da Estrela, antigo Convento do Sagrado Coração de Jesus, um trecho do Aqueduto das Aguas Livres [demolido], uma nesga do Tejo e a Outra Banda. António Passaporte, in Lisboa de Antigamente |
Nota(s): Conforme o Edital de 13 de Maio de 1949 «o arruamento em construção, que ligará a Avenida 24 de Julho à Estrela, compreende parte da Rua Tenente Valadim, desde o término da curva do prédio do Estado (Instituto Maternal); parte da Travessa dos Brunos prédios nºs 22 e 24 e, ainda, a Rua da Torre da Pólvora» passou a ser a Avenida Infante Santo.
Obras para abertura da Avenida Infante Santo |1949| Junto ao Hospital Militar Principal, à Estrela Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Boa noite e um excelente fim de semana. Obrigado pela partilha das fotos, muito bonitas!
ReplyDeleteMais uma vez os meus parabéns pela sua dedicação e perseverança.
ReplyDeleteGrato pelo apreço.
DeleteNos anos 1960, no último pavilhão do HM funcionava o serviço de otorrino. Ali me tiraram as amígdalas.
ReplyDeleteBelíssima e maravilhosa cidade de Lisboa com seus encantos e em qualquer estação do ano
ReplyDelete