Da Rua Fradesso da Silveira para o sul, até à Avenida da Índia, sobre o caneiro de Alcântara e do lado ocidental do mesmo — diz o eng.º Vieira da Silva — , passa uma rua que faz seguimento à de João de Oliveira Miguens, a qual tinha o mesmo nome que eia, que foi mudado em 1917 para Rua Cascais.
É obscura a origem da Rua Cascais, embora se possa aventar a hipótese de este topónimo se dever à proximidade à linha ferroviária para Cascais.
Do, meio da Rua Cascais para o rio, com as obras do Porto de Lisboa, foram conquistados mais terrenos, onde se implantaram vários edifícios e estruturas, entre os quais, as vias férreas da Estação de Alcântara-Mar e a doca de Santo Amaro.¹ Este topónimo foi atribuído por Edital municipal de 21/01/1889 e recorde-se que nesse mesmo ano, a 30 de Setembro, foi inaugurado o ramal de Cascais, com início em Pedrouços e ligação a Lisboa por barco. No ano seguinte, com terrenos ganhos ao rio Tejo, o referido ramal chegou a Alcântara, fazendo ligação à linha de Cintura e permitindo o acesso à estação do Rossio até em 1895 se concluir a ligação ao Cais do Sodré.
Nos terrenos conquistados ao Tejo acham-se abertas muitas vias públicas, das quais a mais importante é a Avenida da India, começada a construir há muitos anos, sendo o último troço a concluir-se o que vai desde a Avenida 24 de Julho até à actual Rua do Cais de Alcântara a que primeiro foi dado o nome de Rua 14 de Maio.¹
O Edital da época informa o seguinte:
- Considerando que a esta Câmara Municipal têm chegado numerosos pedidos de entidades oficiais e particulares, para que se modifiquem determinadas denominações toponímicas da Capital;
- Considerando a vantagem de regressar, em certos casos, às antigas denominações, e a justiça de homenagear algumas figuras e entidades nacionais merecedoras da nossa consagração (…)
- Que à Rua 14 de Maio – que não tem nenhum passado histórico – , passe a designar-se Rua do Cais de Alcântara.
Na confluência destas artérias foi erguido o Viaduto de Alcântara inaugurado em 1972. Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
¹ Olisipo: boletim do Grupo «Amigos de Lisboa», A Ponte de Alcântara e suas circunvizinhanças: notícia histórica, por A. Vieira da Silva, 1942.
Grande recordação, obrigado pela dedicação.
ReplyDeleteC. Resende
Penso que ainda passam aqui comboios de mercadorias.
ReplyDeleteFoi aqui que construíram aquele lindo tapete rolante que custou milhões na altura...
ReplyDeleteSantos Branquinho
Passo aqui todos os dias faz tempo e não sabia que a via empedrada paralela à R. Cascais tivesse direito honras toponímicas. R. do Cais de Alcântara. Quem diria. Belo trabalho.
ReplyDeleteLuísa Costa
Este troço de via férrea que deve ter pouco mais de 500 metros é muito importante pois liga a linha do Estoril à linha de cintura e ao resto do país.
ReplyDeleteNice pictures and histoty. I love to look at these and see what little details I might find and I also wonder about the people. What did they end up doing?
ReplyDeleteMuito Obrigada por estes momento de romagem ao passado!
ReplyDeleteAntónio Campos