Edifício situado no gaveto da Rua Augusta, 254-262, com a Rua de Santa Justa, 54-60, que serviu, entre 1888 e 1905, de sede da Anglo-Portuguese Telephone Company em Portugal. A mansarda, cujo projecto indica ter sido acrescentada em 1888, surge em foto tirada do elevador de Santa Justa [vd. 2ª imagem], provavelmente da primeira década de 1900.
O pedido de alteração do telhado mostra nas peças gráficas o desejo de substituir somente as águas-mestras por novo material, esclarece o material que revestia as águas-dobradas, e que se observa na 2ª imagem, reza assim:
No 4º andar e mansarda, onde se pretende faser estas obras, esteve installada a “Companhia dos Telephones” que mandou demolir algumas divisões interiores a fim de obter uma grande sala em cada um dos pavimentos, assim como fez construir o telhado em condições especiais para o seu serviço, e coberto com folha de ferro. Pretende agora o proprietario tornar estes dois pavimentos habitaveis, fasendo-lhes novas divisões e construindo novo telhado com inclinação regular e coberto de telha.
Na actualidade, este edifício encontra-se revestido com telhas canudo, inseridas após 1980, o que não permite a observação in loco para levantar informações complementares.
Rua de Santa Justa |c. 1903| O edifício da Telephone Company (3º à esq.) após as alteração do telhado e mansarda. Castelo de S. Jorge; elevador de Santa Justa Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Este modelo de cobertura surgiu em França e ganhou notoriedade através das obras de dois arquitectos do século
XVII: François Mansart (1598-1666) e o seu sobrinho-neto Jules Hardouin-Mansart (1646-1708), cujos sobrenomes se tornaram na nomenclatura usada para o modelo arquitectónico (Machado e Moura, 2017).
Em Lisboa, a mansarda surge no léxico arquitetónico português no século XVIII, importada de modelos franceses. [Mateus: Cadernos do Arquivo Municipal, 2022]
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