Esta Rua Marquês da Fronteira sucedeu a uma linha irregular, que não é evidentemente a de hoje — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , a qual constituía as setecentistas Estrada dos Padres da Companhia e Estrada de S. Francisco Xavier, rectificadas há meio século [c. 1890], Rua — quási Avenida — moderna, já servida de eléctricos desde Outubro de 1936. ...)
O muro que prossegue [à esquerda], até à Penitenciária, defende os terrenos da Companhia das Águas, onde se encontra o Depósito chamado do «Pombal». E do Pombal seriam porque já no começo do século passado [XIX], e certamente muito antes, quando estes chãos ainda constituíam herança da Companhia de Jesus, recebida pelo Real Colégio dos Nobres, eles eram conhecidos pela designativa de «Pombal», e um pombal haveriam tido. [...]
Em 1873 o Governo expropriou estes terrenos todos, aqui [à esquerda] para levantamento do «Cadeia Geral e Penitenciária».
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 91-92, 1939)
Rua Marquês de Fronteira |1967| Reservatório do Pombal; Cadeia Penitenciária de Lisboa João Brito Geraldes, in Lisboa de Antigamente |
A artéria perpetua a memória de D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto (1802–1881), 8º conde da Torre, 5º marquês de Alorna e 7º marquês de Fronteira. Após a Vilafrancada viveu exilado para depois fazer toda a campanha das lutas liberais, tendo-se reformado no posto de marechal-de-campo. Foi também governador civil de Lisboa (1846-1851), par do reino e deixou 5 volumes das suas «Memórias do Marquês de Fronteira e D'Alorna».
Desconhecia a existência deste deposito. Muito grata pela excelente publicação.
ReplyDeleteAnos a fio a calcorrear esta rua e nem suspeitava da existência do historial desta estrutura.
ReplyDeleteDesconhecia. Excelente testemunho.
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