Sunday 14 November 2021

Lojas de antanho: Papelaria Palhares

O jornal diário A Capital:Diário Republicano da Noite, na sua edição de 29 de Junho de 1916, dedicava um longo artigo às mais antigas e tradicionais lojas da Baixa, mais precisamente aquelas situadas na Rua Áurea, vulgo do Ouro. Sobre a história do estabelecimento denominado Papelaria Palhares — e respeitando a grafia da época — o texto rezava assim:

A Papelaria Palhares [fund. 1889?] é das mais antigas casas da especialidade existentes em Lisboa. A sua reputação vem de longa data e pol-a em relevo é prestar justiça a um dos melhores estabelecimentos da Rua do Ouro, onde tem os n.ºs 141 e 143.
A Papelaria Palhares reformou há pouco ainda todas as suas installações modernisando-se por completo. O «Almanach Palhares» deu a esta casa bastante voga, e entre os artigos que ahli se encontram figuram os seus papéis de phantasia, magnificos «bibelots», artigos de pintura, etc. Entre os artigos mandados fabricar exclusivamente pelo sr. Antonio Palhares figura o papel para cartas denominado — Rainha D. Amélia — que é um verdadeiro primor.
 
Papelaria Palhares |c. 1910|
Rua Áurea, 141-143
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

N.B. O Almanach Palhares «do commercio, industria, agricultura, sciencias, artes e literatura. Muito noticioso e de utilidades praticas. Illustrado com mais de oitocentas gravuras», foi fundado em 1889 pelo chefe da policia civil A. Morgado e pelo industrial Palhares, estabelecido com papelaria e tipografia Rua do Ouro, 139.

Papelaria Palhares |1901|
Rua Áurea, 141-143

Bibliografia
A Capital: diário republicano da noite, Guimarães, Manuel, 1868-1938, ed. com., N.º 2106, 26 Jun. 1916.
SILVA, Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário bibliográfico português, 1858-1923.

No comments:

Post a Comment

Web Analytics