(Itinerario lisbonense, 1804)
Segundo o olisipógrafo Matos Sequeira esta artéria «chamou-se primitivamente (segundo quartel do século XVII) Travessa do Benedicto abaixo do Poço Novo, e ainda em 1641 era assim conhecida. Depois passou a denominar-se do Oleiro, depois outra vez do Benedicto (1671), de João Latino (em 1760) e novamente, até hoje, do Oleiro.
O Benedicto que deu o nome a esta serventia, era um João Benedicto, que largos anos ali teve a sua oficina de oleiro. Esquecido o nome, ficou o mister a substituí-lo na designação local. As olarias abundavam nestas paragens, aproveitando naturalmente o barro dos terrenos da calçada do Combro e imediações.
Travessa do Oleiro |1960| A primeira transversal é a Rua do do Poço dos Negros; ao fundo vislumbra-se o Beco do Carrasco Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente |
Nos Elementos para a Historia do Município (tomo IX, pág 238), vejo uma postura da Câmara, do ano de 1610, proibindo aos oleiros a extracção do barro dos terrenos da herdade da Calçada do Congro [hoje "do Combro"], sob pena de prisão e multa, a fim de evitar desmoronamentos naquele local. Nos registos paroquiais e róis de confessados da freguesia de Santa Catarina, que percorri atentamente, encontrei, numerosos oleiros dados como moradores deste ponto, desde os fins do século XVI.»
(MATOS SEQUEIRA, Gustavo de, Depois do terremoto: subsídios para a história dos bairros ocidentais de Lisboa, Vol. 2, pp. 47-48, 1916)
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