Mandada edificar, em 1864, nos terrenos do extinto Convento da Santíssima Trindade, por Manuel Moreira Garcia, capitalista galego de
fortes convicções maçónicas, a Casa do Ferreira das Tabuletas é um
edifício, de feição pombalina, com a fachada dividida em três panos e
quatro registos, que apresenta um revestimento azulejar da autoria do
pintor e azulejador Luís António Ferreira (Fáb. Viúva Lamego), mais
conhecido por Ferreira das Tabuletas, daí o nome da da casa. A
composição azulejar preenche o espaço dos três pisos superiores por
completo, integrando-se perfeitamente na estrutura arquitectónica como
um esquema cenográfico, criando efeitos de profundidade e riqueza
cromática.
Casa do Ferreira das Tabuletas [194-] Rua da Trindade, 28-34 Em 1834 na sequência da extinção das ordens religiosas, os terrenos e o que restava do convento da Santíssima Trindade, foram divididos pelo governo e vendidos a capitalistas. Manuel Moreira Garcia, capitalista de origem galega e de fortes convicções maçónicas, compra e constrói no local o Palácio da Trindade, a Cervejaria Trindade e esta Casa do "Ferreira das Tabuletas". Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Sendo um dos mais originais programas decorativos exteriores
da arquitectura lisboeta, congrega símbolos maçónicos, ligados aos
ideais do proprietário, como o Olho da Providência, com diversas
alegorias. Neste caso revela a sua originalidade por integrar falsos
elementos arquitectónicos, como os nichos com figuras humanas de gosto
clássico, representando a Terra, a Água, a Indústria, o Comércio, a
Agricultura e a Ciência, assim como por imitar a pintura em «tromp
l'oeil».
Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público.
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