O Alto do Longo — diz Norberto de Araújo — devia ter sido, com seus chinfrins e seu arruído de almas doloridas, um brinco para cenários excêntricos, na época que precedeu a regularização do cômoro que veio a ser o da Patriarcal Queimada.
É o avô do sítio. Não faz parte integrante do Bairro Alto nem pretende entrar na história dos Moinhos de Vento. Mas é muito velho. Uma coisita para ali à espera de picareta. [...].
No tempo em que a Cotovia adejava o seu alado estribilho, e quando o Conde de Tarouca erguia o seu palácio, que nunca chegou a ser — o Alto do Longo pertencia, como súcia, à grei urbana do sítio.
Quem foi o «Longo» que deu razão ao dístico? Perde-se na bruma a explicação toponímica. Contentemo-nos em entrar por um lado e sair pelo outro, desde o alto da velha Rua Formosa [actual de O Seculo], onde uma empena desamparada dá fundo a um desolado marco fontenário , até ao escadório da Travessa do Conde de Soure.
Rua Dom Pedro V com a Rua de O Século - Alto do Longo |1943| O Alto do Longo é anterior ao ano do Terramoto. [Araújo: 1938] Eduardo Portugal,, in Lisboa de Antigamente |
Esta Rua de D. Pedro V — prossegue Araújo — , designação do ano de 1885, era, antes, «dos Moinhos de Vento», o que bem dá nota da sua feição campesina e da sua situação ventosa. Já existia o Bairro Alto de S. Roque, e ainda esta estrada, sem desenho que que não fosse o de pé posto, e que não fazia parte da herdade de Santa Catarina (origem do Bairro Alto) corria entre terras de semeadura. Os ingleses de Maria Tudor, auxiliares de D. António, Prior do Crato, quando cercaram Lisboa em 1589, tempo de Filipe II de Espanha, estiveram aqui acampados.==
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Legendas de Lisboa, p. 205, 1943.
idem, Peregrinações em Lisboa, vol. V, pp. 64-68, 1939.
idem, Peregrinações em Lisboa, vol. V, pp. 64-68, 1939.
Onde iniciei minha vida com 11anos e fui muito feliz.
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ReplyDeleteSaudades em pequena morei ai tenho muitas saudades😞.
Dorita Chambel