Igreja implantada sobre a cerca moura, intimamente ligada aos Cavaleiros da Ordem de Malta, cuja origem parece remontar ao séc. XII. Primitivamente, era uma igreja-fortaleza avançada sobre os arrabaldes da zona oriental da cidade. Objecto de várias reedificações, este templo traduzia, após o terramoto de 1755, uma arquitectura chã com uma fachada principal de linhas simples e inspiração clássica, exibindo, na sua fachada lateral virada para o miradouro, dois painéis de azulejos, representando a conquista de Lisboa e a Praça do Comércio antes do terramoto, executados na Fábrica Viúva de Lamego.
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Igreja de Santa Luzia, Largo de Santa Luzia [1959] Jardim Júlio de Castilho António Passaporte , in AML |
O interior, de planta em cruz latina e nave única, destacam-se por conservar 10 sepulturas, em forma de lápides ou monumentos funerários, com inscrições em português ou latim, distribuídas pela capela-mor, transepto e nave, as quais estão classificadas como Monumento Nacional.
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Igreja de Santa Luzia, Largo de Santa Luzia [1949] Jardim Júlio de Castilho Eduardo Portugal, in AML |
Nas paredes exteriores da Igreja de São Brás, orladas de flores, existem dois painéis de azulejos, um muito pormenorizado, mostrando o Terreiro do Paço nos começos do século XVIII, antes do terramoto de 1755, e outro relatando a façanha de Martim Moniz, durante os combates pela conquista de Lisboa em 1147: "Quando os mouros fechavam a porta do Castello precipitadamente, Martim Moniz, portuguez destemido, atravessou-se nellas, para dar passagem, morrendo gloriosamente."
No jardim encontra-se um modesto busto de Júlio Castilho, historiador da Lisboa antiga.
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Panorâmica sobre Alfama, tirada do Miradouro de Santa Luzia [1949] Jardim Júlio de Castilho; à dir., a Igreja de Santo Estêvão Eduardo Portugal, in AML |
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