Thursday 7 January 2016

Estação Fluvial do Sul e Sueste

Vejamos a Estação dos Vapores — diz Norberto de Araújo.
A Estação dos Caminhos de Ferro do Estado — ponte dos vapores para o Barreirofoi construída entre 1929 e 1931, em terrenos desanexados da Alfândega, e substituí a velha Estação do lado ocidental da Praça, sobre o rio. Largcs anos durou a campanha para o seu levantamento, que sofreu resistências sérias
Foi inaugurada oficialmente em 28 de Maio de 1931, e abriu ao público no dia 1 de Junho; o último vapor a atracar à ponte da velha estação foi o  foi o do rápido do Algarve à primeira hora da madrugada do referido dia. [Araújo: 1939]
 
Em 1837, reclama-se a necessidade de «remover a ponte de vapores da Praça do Comércio», instalada junto ao torreão poente da Praça do Comércio, frente ao Ministério da Marinha, para se «completar o aformoseamento da mesma praça». [SOUSA: 1932]

Fotografia aérea da praça do Comércio, que ilustra o posicionamento da antiga Estação dos Caminhos-de-ferro e Vapores do Sul e Sueste (à esq.) e a  Estação Fluvial Sul e Sueste (à dir.) [1932]
Manuel Barros Marques, in AML

Em 1869, o Estado inicia a exploração das linhas do Sul e Sueste: a partir desta data, a ponte de acostagem de vapores da Praça do Comércio, usada como terminal fluvial para ligação a essas linhas, irá sofrer sucessivas alterações, adaptações e ampliações, sempre em obras circunstanciais, que aguardavam a construção de um edifício apropriado e definitivo.

Estação Fluvial Sul e Sueste [1931]
Avenida Infante D. Henrique
Eduardo Portugal, in AML


Em 1886, o plano geral das obras do porto de Lisboa determina a localização da nova Estação Fluvial do Sul e Sueste no lado oposto da Praça do Comércio, no terreiro da Alfândega frente ao torreão nascente, com acesso directo ao rio e incluindo um apeadeiro da linha férrea marginal a construir.[monumentos.pt]

Estação Fluvial Sul e Sueste [1932]
Avenida Infante D. Henrique
Eduardo Portugal, in AML


Até aos finais da década de 1920 a arquitectura praticada na edificação das estações ferroviárias foi dominada por valores regionalistas. Deve-se à Estação Fluvial de Sul-Sueste o primeiro salto formal de abertura ao movimento moderno. Numa primeira versão do projecto, o autor, José Cottinelli Telmo, apresentou todas as possibilidades construtivas do betão armado: a composição de volumes elementares, cobertura plana, grandes superfícies de vidro; valores presentes que evidenciavam a linha rigorosa e quadriculada da estrutura. Na versão final e construída em 1932 o autor assumiu uma postura de compromisso com a herança Art Déco e com as convenções próprias de uma tipologia que promovia a livre circulação dos utilizadores.[DGPC]

Estação Fluvial Sul e Sueste [1932]
Avenida Infante D. Henrique
 in Arquivo do Jornal O Seculo

É constituída por um único pavimento, em três corpos. Poderá observar-se no hall com suas vinte e quatro colunas de mármore negro de Vila Viçosa, painéis de azulejos policromados de Vitória Pereira, representando os brasões de Évora, Setúbal, Beja, Estremoz, Portalegre, Faro, Lagos, Tavira, Silves e Portimão. As Duas Salas de Espera são também guarnecidas de azulejos polícromos, em silhares altos , de Vitória Pereira, de belo efeito decorativo, uns com elementos finos de flores e aves, outros com flores e vasos estilizados.
O cais largo, em placa de cimento armado, dispõe de duas pontes flutuantes, havendo ainda dois cais de mercadorias. [Araújo: 1939]
Encontra-se classificada como Monumento de Interesse Público.
 
Estação Fluvial Sul e Sueste [post. 1932]
Avenida Infante D. Henrique
Fotógrafo não identificado

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