Wednesday 14 October 2015

Restaurante Leão de Ouro

Esta Rua Primeiro de Dezembro, que da parte oriental é constituída, quási toda, pelas traseiras dos Cafés e estabelecimentos do Rossio ocidental, vale-nos uma referência a um dos seus Restaurantes — que, por ironia, cerrou suas portas há poucos dias (1 de Julho de 1939) : o «Leão de Ouro».
Levava mais de meio século (1885-87) — recorda-nos Norberto de Araújo —  e começara por ser cervejaria. Fundara-o António Monteiro, que fora um dos sócios da cervejaria «Leão», sogro do último proprietário, José da Costa, que para aqui viera em 1915.

Restaurante Leão de Ouro [c. 1940] 
Rua Primeiro de Dezembro, 103-107, antiga «do Príncipe» e, que antes de 1755, foi «de Valverde»
Kurl Pinto, in AML

Foi em 1885 que o «Leão de Ouro»que devia seu nome à circunstância de os sócios da anterior cervejaria serem os donos da famosa «Fábrica Leão» em Arroios — começou a ter notoriedade. Alguns artistas que o frequentavam decidiram decorar as paredes com pinturas, em tela, que ainda lá se conservam (menos uma). Esses artistaso «Grupo do Leão»eram Silva Porto, Columbano, José Malhoa, João Vaz, Rafael Bordalo, Girão, António Ramalho, Ribeiro Cristino (ainda sobrevivente), Rodrigues Vieira, e D. Maria Augusta Bordalo Pinheiro, irmã de Columbano, a peregrina artista das rendas.

Restaurante Leão de Ouro [c. 1915] 
Rua Primeiro de Dezembro, 103-107, antiga do Príncipe
Alberto Carlos Lima, in AML

O «Leão de Ouro» reabrirá no fim do ano [de 1939] com novos proprietários: os arrendatários actuais do Café Suísso 
(ARAÚJO,  Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, pp. 85-86, 1939)

Cervejaria Leão de Ouro, 1885
in Occidente

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