Wednesday 7 October 2015

Palacete Mendonça

Projectado entre 1900 e 1902 pelo arqº. Ventura Terra para Henrique José Monteiro de Mendonça, roceiro em S. Tomé, o edifício construído, de gramática ecléctica, ficou terminado em 1909, data em que foi galardoado com o Prémio Valmor, tendo sido posteriormente classificado como Imóvel de Interesse Público.  O júri destacou ainda a «loggia»[1], afirmando mesmo que « (...) deveria ser mais amplamente adoptado no nosso pais (...)».

Trata-se de um edifício de planta rectangular, cuja fachada apresenta 3 corpos, um central avançado e dois laterais, aos quais estão adossados duas estruturas térreas, também de planta rectangular. O corpo central, de 3 pisos, caracteriza-se, ainda, pela escadaria de acesso e pelos 3 vãos, que no 2º andar definem uma galeria, com arcos em volta-perfeita, formando uma loggia suportada por pés direitos, traduzindo uma linguagem neo-renascentista, dando, tal como no 1º andar, para uma varanda corrida com balaustrada em pedra.

Palacete Mendonça, Prémio Valmor de 1909 [post. 1909]
Rua Marquês de Fronteira, 18-28
Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente

No interior merecem destaque o vestíbulo coberto por cúpula envidraçada, evidenciando uma certa monumentalidade e efeito cenográfico, a partir do qual se desenvolve a monumental escadaria de acesso ao piso nobre e a feição decorativa neo-rócocó patente nos espelhos e estuques do tecto e das paredes da Sala Luís XV. Exteriormente surge rodeado por um parque murado, cujo muro de pedra se encontra ornado por um gradeamento em ferro forjado evidenciando apontamentos Arte Nova. 

Palacete Mendonça, Prémio Valmor de 1909 [post. 1909]
Rua Marquês de Fronteira, 18-28
Joshua Benoliel, 
 in Lisboa de Antigamente
 
[1] Loggia ou Lógia é um elemento arquitectónico aberto inteiramente ou em um dos lados — como uma galeria ou pórtico — coberto e, normalmente, sustentado por colunas e arcos.

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