Friday 24 July 2015

Royal Cine

Em 1929, Agapito da Serra Fernandes, entregava ao arquitecto Norte Júnior a tarefa de conceber uma sala de cinema — o Cine Royal. Exibindo na fachada o «selo» do seu proprietário — a famosa estrela que insistentemente se reproduz nos painéis azulejares e na calçada do «Bairro Operário Estrela de Ouro» (Graça)  — é inaugurado no Natal com o filme «O Cadáver Vivo», disponibilizando ao público uma sala com espaço para orquestra e com capacidade para 900 lugares, contando com 1ª e 2ª plateias e um balcão a descrever um «U», localizando-se os camarotes lateralmente. 
O Royal Cine estabeleceu a quinta-feira como seu dia de estreias, apresentando a particularidade da realização, todas as quartas-feiras, de «matinées-dançantes», por convite.

Cinema Royal, carinhosa e popularmente conhecido como o «Rolhas» [1977]
Rua da Graça, 100
Vasques, 
in Lisboa de Antigamente

A 5 de Abril de 1930 — através duma aparelhagem «Western Electric» considerada, então, uma das marcas mais reputadas — é exibido o filme «Sombras Brancas nos Mares do Sul», de W. S. Van Dyke, apresentado pela Metro-Goldwin-Mayer, introduzindo deste modo o cinema sonoro em Portugal, facto que foi devidamente assinalado pela presença do Presidente da República.
Na década de 1980 o espaço é transformado em supermercado, o que implica demolições, restando hoje do antigo edifício apenas a fachada e o átrio da entrada.

Cinema Royal, matiné [1930-01-24]
Rua da Graça, 100
Fotógrafo não identificado, 
in Lisboa de Antigamente

Publicidade ao filme  sonoro «Sombras Brancas nos Mares do Sul»

3 comments:

  1. Atesto e certifico que do espaço maravilhoso (mágico para mim em criança) só resta a fachada e o átrio com o relógio.

    http://www.osexoeaidade.com/2013/04/hoje-passei-por-la.html

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  2. Olá!

    Por favor, alguém me sabe dizer o que aconteceu ao Sr. Mário, antigo porteiro do Royal cine? A minha prima é filha dele, reside em Inglaterra e gostava de saber o paradeiro do pai e dos irmãos. O meu muito obrigada a todos, particularmente a quem disponibilize esta informação.

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  3. Frequentei o rolhas assiduamente nos tempos áureos da minha juventude.
    Bem haja a toda vossa equipa que tão boas recordações nos fazem reviver tempos como tal pedra lançada jamais voltará a não ser que a vamos buscar caso assimilado nesta página.
    Obrigado
    Pedro Fragoso

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